É super tradicional em Ilhéus a comida árabe, tivemos migração de povos da Síria, Turquia e Líbano, isso bem retratado nos livros de Jorge Amado como Terras do Sem Fim, Gabriela Cravo e Canela e A descoberta da América pelos turcos, São Jorge dos Ilhéus, vale a leitura, além claro de diversas produções científicas de egressos da Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC, onde estudei Direito.
Uma história interessante que precisa ser contada e celebrada, que faz parte do amálgama Grapiúna, nem todos os guias exploram este potencial como produto turístico. A culinária e gastronomia trazem esses marcos culturais. Desde que cheguei aqui, na primeira viagem para fazer vestibular, fui no Sheik, que era numa casa linda no Outeiro de São Sebastião, hoje uma casa residencial, e fiquei apaixonada, nos autos de meus 19 anos, nunca tinha provado nada além de Quibe, e, AMEI.
Chegando aqui, definitivamente, para morar, descobrir os cantinhos interessantes e visitas nas casas dos amigos, cada delícia de morrer de gula, um universo mágico se abriu para mim, existem estabelecimentos em vários bairros.
Antes tinha buffet árabe no Iate, já falei aqui, mas parou por causa da pandemia e sinto falta, não deixem de conhecer o cardápio de lá, que o ambiente vale muito e é aberto ao público geral.
Eis que o Vesúvio, bar de 1919, famoso pelo Livro Gabriela Cravo e Canela, polêmico entre os moradores tradicionais da cidade, eis que este mesmo Vesúvio adota o buffet à kilo no horário de almoço e na quarta-feira é árabe !!!! Além das variedades, para todos os públicos, inclusive veganos e vegetarianos, tem a parte de comida árabe.
Amo quibe cru, tabule, pasta de grão de bico e coalhada seca, geléia de pimenta doce, charutinho, carneiro e pães sírios. Tudo é tão bom, arroz com lentilha, quibe de forno, kafta, se você não conhece, peça ajuda ao garçom ou as ajudantes, as vezes penso que certas comidas deveriam vir com manual de instruções …(caranguejo mesmo). Um dia na fila fui dizendo o que era cada coisa para a turista, no final , ela veio na minha mesa agradecer, amou tudo e sem eu ter dito, ela disse que passaria ser provar, iria no tradicional “feijão com arroz”, e fico a pensar o quanto a gente não está disposta a mudar, a provar, a se abrir ao novo, a conhecer, o quanto nos fechamos na zona de conforto esquisita.
Tem quarta feira que estou lá sentadinha sozinha e fico só vendo os turistas pedindo La Carte, me dá um nervoso, o garçom não avisa .. sei lá, um dia me intrometi mesmo, como boa baiana, que roda a saia: EU MOÇO, DEIXA EU TE FALAR , HOJE É BUFFET ÁRABE MARAVILHOSO, COMA BEM E MAIS BARATO, por que eles iam pedir batata frita e carne gente … me poupe, ou me poupo mesmo, que não tenho nada haver com as escolhas alheias, mas por vezes é falta de informação TURÍSTICA. Sim, culinária e gastronomia é o turismo no esplendor de sabor.
Juro que uma amiga passou 10 dias nos EUA e disse que estava com saudade de comida brasileira, eu quase morri. Ela estava em Orlando, onde tem culinária do mundo inteiro e só comia hambúrguer com batata frita, deve dar saudade mesmo … mas não é por que a comida de Orlando é ruim, é por que ela não foi no mercado, não cozinhou, não foi em food truck, não foi em restaurantes badalados na Disney, não parou de surpresa num bairro, ela não inovou, não se abriu, então come mal. me julguemmmmmm ahhhhhhhh
Voltando ao Vesúvio, é comida no kilo, então peguem pouco e depois repitam e tripitir tá valendo … kkk, amo muito repetir comida árabe, dá para tomar um chopinho e desfrutar no kibe cru, e ir indo … até chegar no carneiro e arroz com lentilha.
Não deixem de provar os drinks de Mel de Cacau, já falei aqui o que é essa bebida dos deuses ou o Suco de Morango com Laranja, delicinha e instagramável.
Deixo a fotinho da nota fiscal e lembre-se de pedir para colocar seu CPF e gerar cupons no Programa Nota premiada da Bahia. Além disso que sempre pego Nota fiscal em todo lugar que passo, e quando sou turista ainda mais, para gerar divisas no local, pedindo a nota no hotel, posto de gasolina, etc, geramos impostos para o Município e isso movimenta a economia local.
Estando em Ilhéus comam comida árabe
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