O Umbu é uma fruta tipicamente brasileira, endêmica, por que só nasce no bioma Caatinga. Eu nasci em Seabra, no coração da Chapada Diamantina e centro da Bahia. Desde criança eu ficava sonhando em chegar o mês de dezembro, não só por causa do Natal, dos presentes comerciais, mas dos presentes naturais. Dezembro é mês de umbu e de mangaba, mas, sobre as mangabeiras, serão outras escritas.
Após provar um chocolate de umbu eu senti uma vontade avassaladora de escrever, dentro de mim algo estava pujante, deixei até de ir num compromisso ambiental, por que as palavras estavam me dominando.
Voltemos a infância em Feira de Santana, onde tem umbu, mas são mais tímidos, árvores menores, tinha muito mais cajá, então eu ficava sonhando com a viagem para Seabra na casa de vovó Amélia e chegar na feira e ter aqueles umbus enormes que vinham de Oliveira dos Brejinhos ou da Prata . Quando comecei a andar por Irecê e Jussara, e, descobri a roça de tio Licínio, foi uma paixão avassaladora, cada umbuzeiro digno de batismo e tombamento. Assim como na cidade de Sabará alugam 1 pé de jabuticaba para chupar, deveriam fazer com o umbuzeiro. É tanto umbu gostoso e diferente que fico imaginando a injustiça e tristeza de bilhões de pessoas no mundo que desconhecem este alimento. Partindo desta ótica, eu sou privilegiada demais, conheço centenas de pés de umbu.
Da infância para adolescência, parece aquela passagem de tempo de novela brasileira, mas com uma marca indelével, os dentes manchados de umbu, e desgastados, cada dia os dentes frontais mais deformados e quase sem solução, doíam e muito chupar umbu e tem as técnicas ancestrais de morder o galhinho novo de umbu para a resina proteger os dentes. Fiz tudo isso e faço, mas o desgaste vem.
Nada resolveu, fui até a idade adulta sofrendo com idas ao dentista e as técnicas de chupar umbu com uma faquinha na mão viraram rotina, por que agora sou proibida de morder virulentamente o fruto, é tudo descascado com a faca afiada e colocado na boca com cautela. Andanças e andanças mil, até que me mudo para Ilhéus, para estudar direito. Aqui não tem umbu, aqui é Mata Atlântica e Cabruca cheinha de cacau. Outro fruto entra em minha vida. Mas, na Bahia, tem a história dos ambulantes, então chega umbu nos carrinhos de mão, nas ruas do centro, na feira livre, mas nada se compara a chupar no pé, com aquela casca verde crocante, é uma sensação inigualável, única, um deleite aos ouvidos o “croc croc”, um sabor irresistível do cítrico e do açúcar. Chupar umbu no pé deveria ser atração turística com cobrança de ingresso e ticket.
Belo dia, descubro que meu pai escreveu um cordel com o título : “SE UMBUZEIRO FALASSE”, é uma obra prima da escrita e da poesia popular, Marialvo é geógrafo e chapadeiro de Ipupiara, amante da caatinga e conservacionista. Eu lia o texto e ia me derretendo em lágrimas, sonho em poder musicar e transformar numa peça de teatro, ou numa opereta, é uma obra prima da sociologia rural, das disputas de terra e injustiças sociais no campo e da biologia da conservação, só quem domina muito a língua e o tema é capaz de escrever com tamanha maestria. Sonho que este poema seja conhecido por todo o mundo.
Então a paixão pelo umbu, foi crescendo, pelo prazer do paladar, pela escrita de meu pai, pela importância da árvores no sertão e na ecologia.
E os dentes sofrendo, sofrendo ao ponto de todas as fotos de viagem ficarem sempre com aquele dentinho manchado, de tanto desgaste natural com o cítrico da fruta.
Só que o umbu começou a ter concorrência, a mudança para estudar nas terras grapiúnas de Ilhéus foi ficando mais longa, pós graduação, trabalho, casa própria, casamento, envolvimento comunitário e Cacau entrou definitivamente em minha vida. As viagens para Seabra e Feira de Santana ficaram menos constantes e o fruto ouro foi entrando sorrateiramente no meu cotidiano. É suco de cacau, é mel de cacau, é licor de cacau, é geleia. Mas, o chocolate fino foi bem devagar, a primeira vez que provei foi em 2004 na eleição para reitoria a UESC, o marido de professora Adélia, então candidata, trazia de lanche pra gente, uns bombons maravilhosos. Fausto nem podia imaginar o que fez conosco, despertou sensações únicas, momentos sensoriais impressionantes.
Mas não era fácil de achar e tudo ainda era muito novo neste universo em Ilhéus, a pobreza em face da crise econômica assolava as propriedades e fazendas. Até que um dia fui para um evento regional que se chama Festival do Chocolate, de stand em stand fui conhecendo um universo mágico e daí em diante não parei mais de provar essas “barrinhas”. São aventuras semanais de experimentação, até que na loja da Dengo onde vende multimarcas, me deparei com uma barrinha de Chocolate 70% e Umbu. A curiosidade foi imediata, oxe? como assim ? como pode ? quem faz ? quem criou ? quanto é ? como é ? da onde vem ? cheguei em casa e fiquei olhando a embalagem até decifrar este mistério, e bote oxe? melhor oxe oxe oxe, a gente repete 3três vezes.
O nome da barra é Mission Chocolate. Não sei nada sobre a marca e os idealizadores e isso que me encanta, escrever no escuro, não vi nada nas redes sociais, não li, não estou sugestionada, posso falar com pureza.
Eu já tinha algumas preferidas e agora aumentou a listinha das prioridades. Assim como Umbu é uma espécie funcional de grande relevância ecológica, esta barrinha ganhou grande relevância no meu universo particular de deleite.
São quadrados de geleia de umbu milimetricamente adicionados na barra, como uma obra de arte geométrica. Não sei quem criou isso, só sei que biologia da conservação é matemática, é cálculo, é estudo. Chocolate fino também, é o que vi e senti, até a embalagem é de uma delicadeza artística elaborada.
Um fruto amazônico e outro catingueiro, um fruto doce e outro ácido, um fruto da abundância de água e outro da escassez, um fruto de casca dura e outro de pele tenra, um fruto de sombra e outro de sol, e nesta dicotomia de frutos protegidos por povos ancestrais que se unem duas paixões que carrego em minha alma. Cacau e Umbu. Um muito obrigada às mãos talentosas que fez este chocolate que parece ser uma missão de vida como diz o nome da marca que acabei de conhecer.
Sobre os dentes? Ainda bem que surgiu a tal da faceta de resina e agora posso morder umbu de novo no pé, paixões preservadas pelo ecossistema e pela minha dentista.
Leia também : Ode ao Mel de Cacau – poema lírico e neoparanasiano sobre o líquido precioso e raro
Ilhéus precisa Renascer– crônica sobre conjuntura política e a nova versão da novela da Globo
A decadência extrema– crônica sobre o centro histórico de Ilhéus e suas vivências
O post que tantos me perguntam finalmente saiu. As pousadas mais baratas de Ilhéus não estão nos aplicativos, nem no booking, nem hoteis.com, justamente por que o preço delas é tão em conta que os proprietários não aguentariam as taxas destas plataformas.
Hospedar-se em Ilhéus mais parece um mosaico, pois os bairros são bem diferentes e distantes, mas se você não se importa de pegar ônibus e está mais a fim do preço, bora lá.
Vou me ater, primeiramente as Pousadas que ficam no Bairro Pontal, que em outro post já disse que é estratégico.
É isso mesmo, você que está acostumado neste mundo tecnológico, com aplicativos, cash backs e etc, vai ter de pegar seu telefone e ligar ou dar aquela “googada”. Acredite, esse contato humano de telefonar é tudo de bom e valerá para garantir bons preços.
No Bairro Pontal, já falei em outro post, tem tudo que um turista econômico deseja. Ponto de ônibus fácil, aeroporto do lado, vida noturna badalada com a passarela do álcool e Praça São João Batista e agora na Maramata tem a Praça dos Foods Trucks, praias com acesso caminhando pela orla , por do sol na Sapetinga, ou seja, de dia e de noite você fará tudo andando.
Liguem e agendem mesmo, por que essas pousadas lotam de representantes de noite, é aquele pacote BBB, boa, bonitinha e baratinha.
Já fiquei apenas em 1 destas pousadas quando morava em Itabuna e precisei dormir perto do aeroporto, foi aquela opção simples e barata, nada de luxo, café da manhã simples. Se liguem, as pousadas na Avenida Lomanto Júnior, tem como vista frontal a belíssima ponte estaiada, não é o máximo, caminhar de manhã com esta paisagem urbana. Não deixem de ver o balé dos pássaros todo dia ao entardecer.
Se está confuso com tanta informação , sem saber o melhor bairro, onde se hospedar e como otimizar seu tempo, agora temos um serviço exclusivo de roteiros personalizados. Entre em contato em nosso instagram @juremacintra ou no mail falecomjurema@gmail.com
Olha só o privilégio. Eu moro ao lado do ÚNICO RESTAURANTE ORGÂNICO CERTIFICADO DE TODO O SUL DA BAHIA. É muito luxo.
Um ano atrás um amigo me convidou para almoçar numa segunda, sua sobrinha indicou um local bem pertinho de nossa casa. Estava fechado pois só abria de terça à domingo. Eu nem dei importância e hoje me lembro que fiquei 1 ANO inteiro de minha vida sendo tolhida deste prazer, por pura preguiça. Andar de carro dá nisso, a gente não explora o bairro, não conversa com os vizinhos, não participa do fluxo social.
Pois bem, 2 pessoas me marcaram em 2019 e eu fiquei curiosa. Segui no Instagram e FUI. Aí … que foi paixão a primeira vista. Comi um espaguete de palmito com filé mignon divino.
Levei meu esposo que amou, levei meus amigos, primos, parentes e aderentes, é sucesso e sucesso.
Nome: Nosso Quintal Bistrô
Proprietários: Hélia e Allan.
Local: Ao lado do aeroporto.
Comida: Vegana, Vegetariana e opção com carne separada. Pra todo gosto. A chef diz que gosta do equilíbrio.
E daí fui provando tudo. Eles não tem cardápio fixo, somente pratos do dia com produtos sazonais, ou seja, da estação, seus fornecedores são produtores orgânicos certificados que respeitam o solo e a natureza.
Tem salada com Muita PANC (Plantas alimentícias não convencionais), legumes fermentados naturalmente, tem kombucha, tem os chutney de cupuaçu. Meu esposo que ama carne, abre mão para comer a Salada com Falafel ou quibe Vegano. A salada do Bistrô é uma obra de ARTE:
Só de escrever eu já tô pirando de água na Boca. Vou toda semana, por que sempre tem novidades. Comer alimentos da estação é um hábito que faz bem à saúde do corpo e do planeta. Respeitando os ciclos naturais, sem pesticidas e agrotóxicos a natureza fornece em abundância. E bota abundância de receitas criativas.
É uma comida Slow Food, autoral da chef Hélia e você ainda faz amigos, conversa, ela te explica o prato. É tudo de bom e sustentável e BELO. Os pratos são de encher os olhos, de beleza e sabor, com flores comestíveis.
KOMBUCHA e cerveja artesanal. Essa mulher faz tudo com mãos mágicas e um sorriso cativante.
A sobremesa. Êita… tal de iogurte de leite de coco com fermentação natural tinha de ser tombado como patrimônio imaterial. Ou sorvete artesanal … ou o que ela inventar, sempre tem gostosuras.
É ao lado do aeroporto, espaço que não tem muitas opções como já abordei neste outro artigo, então chegou morrendo de fome de viagem… para lá rapidinho, leva as malas e que é na esquininha mesmo. Ou faz ao contrário, vai voar, 14, 15 horas? Chega mais cedo, por causa dos mega-engarrafamentos da ponte, e almoça no Bistrô, você vai sair de Ilhéus encantado com a potência da gastronomia agroecológica.
Preço moderado. Tem gente que acha caro… Mas … quanto custa o alimento baratinho do mercado? Quanto custa fica doente? Quanto custa contaminar solos, rios e águas com pesticidas? Quanto custa o trabalho análogo à escravidão em grandes fazendas? Quanto custa o desmatamento? Quantos custas as queimadas?
Alimento orgânico garante um preço justo ao produtor e qualidade para quem come e para a natureza. Tudo em equilíbrio. Então os custos externalizados do alimento orgânico é muito mais barato, ele não provoca nenhum ônus ao SUS , nem à administração pública, nem à justiça. Orgânico e Agroecológico mantém uma Economia Circular perfeita e sustentável, respeito ao solo, respeito às águas, respeito às pessoas, respeito aos povos da floresta e povos tradicionais, respeito à saúde. Pensa nisso antes de achar o orgânico caro. Tem um documentário que se chama o Alto Custo do Preço Baixo, tá no Youtube e vale cada minuto, o livro História das Coisas também mostra como a Economia Linear provocou o colapso ambiental no planeta.
Comer é um ato político. No Bistrô também é um ato de amor.
Aceita cartões. Aceita carinho. Aceita curtir um jazz nos sábados de noite. Tábua de frios muito boa e especial. 60,00 dá para 4 pessoas tranquilo.
Estou falando com tanto entusiasmo que com certeza você está achando que ganhei alguma coisa dos donos , não é???? ledo engano, digo e repito em meu Instagram, minha profissão é Advocacia, se tiver parceria vai surgir de forma orgânica e real. Pago TODAS as contas onde vou, posso falar bem ou mal. Geralmente só falo bem, quando não gosto me calo ou mando mensagem privada, sempre construtiva e positiva, pois acredito numa comunicação não-violenta. E assim vamos… locais que gosto, eu gosto mesmo e apoio, por que amo ser papa-jaca de fato e de Direito e amo ver esta região crescer.
Desenvolvimento se faz com turismo consciente. Amo falar de Ilhéus, temos muitos problemas, mas temos uma RIQUEZA que precisa entrar no cenário turístico que é a Agricultura Familiar e Agroecológica.
No Bistrô Nosso Quintal dá para ver como essa riqueza é POTENTE E VIVA. Desfrutem.
Já falei em outros artigos que eu sou da Chapada Diamantina, nasci em Seabra e há 20 anos estou em Ilhéus, vim estudar Direito e virei papa-jaca de coração e até título de cidadã de Itabuna já recebi.
Pois bem, a Chapada Diamantina é imensa. Nem pense que 1 viagem você terá um panorama, e o legal é isso , saber que dá para voltar várias vezes e fazer coisas absolutamente diferentes.
Esse ano meus primos foram meus guias. Convite para ir em Ibicoara. Confesso que eu nem sabia onde tava no mapa, quando eu digo que é imensa, é imensa mesmo.
Mas já tinha visto umas fotos da Cachoeira do Buracão. Fui no escuro. Pesquisei no Instagram e quase nada aparecia. Que mistério era esse???? hoje com internet, tudo está tão exposto… então fomos. Vou separar este artigo em CAMINHOS(deslocamento), PASSEIOS e DICAS básicas.
CAMINHOS PARA IBICOARA
Como disse , estávamos em Seabra e de caminhonete. Isto facilitou nossas vidas. Fomos até Palmeiras, na placa que tem Capão esquerda, você vira à direita, sentido Guiné.
Ô viagem linda, vamos acompanhando a serra do Sincorá, tangenciando-a, é bonito demais. Mas é estrada de terra e se chover, estar numa caminhonete ou carrinho mais valente é fundamental, tipo Uno, Gol. Ver a previsão do tempo érelevante.
Depois chegamos na estrada asfaltada de novo (BA 142) e seguimos as placas. Deu umas 3 horas de viagem , contando paradas .
Se você vai chegar de avião em Lençóis, pode fazer vários passeios ao redor da cidade e depois alugar um carro ou seguir com alguma agência de turismo que faz Cachoeira do Buracão Bate-volta. Indico sinceramente que você vá e durma alguns dias em Ibicoara.
Chegando pelo AEROPORTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA me parece a melhor opção. Alugando um carro são apenas 3 horas de viagem em estrada tranquila e vazia. Alguns buracos apenas. é O LADO SUDOESTE da Chapada. Dá para fazer Itaetê, Iramaia, Mucugê, Andarái, Ibicoara, fugindo um pouco do circuito Lençois/Palmeiras/Capão/Iraquara.
Quem estiver no modo econômico tem ônibus saindo todos os dias de Vitória da Conquista para Ibicoara pela Empresa Emtram, custa 22,89 e são 04:30 de viagem,mas vejam os horários.
De Salvador, são mais de 10 horas de viagem e ao que parece só tem ônibus 1 vez por semana da Emtram também.
No Site da empresa terá dificuldades, então a melhor certeza é comprando pessoalmente na rodoviária de Salvador a ida e volta.
Diante de todas estas questões, se você for sem carro terá de pagar mais caro às agências, é que recomendo chamar 3 amigos, alugar um carro e partir para Ibicoara, naquele clima de amizade maravilhosa, isto facilitará sua viagem. Deixa 1 vaga no carro para o guia.
Quem vem de outras cidades é olhar o Mapa e se planejar pelos locais asfaltados. Pergunte ao guia previamente contratado, ele sempre te ajudará neste planejamento.
PASSEIOS
Fizemos 4 cachoeiras e este é ponto forte do Município. Ibicoara não tem acervo arquitetônico, nem uma cidade badalada. É um local simples, de hábitos simples, uma pracinha , mas com um agronegócio potente (farei as críticas ambientais depois). Não terá badalação à noite, nem ruas histórias com casarões como Lençóis.
Confesso que de início achei furada e depois de 4 dias estou louca para voltar, naquela Chapada Diamantina autêntica, sem fake news, sem estrangeirismos, sem coisas para inglês ver, sem misticismos inventados ou importados. Aquele povo rural simples e desbravador. IBICOARA é uma pérola a ser descoberta.
Fizemos 4 cachoeiras em 4 dias e foi excelente, pois são passeios longos e cansativos, porém revigorantes.
Chegamos em Ibicoara às 11h. Um lanche reforçado na Padaria e seguimos para
CACHOEIRA do Rio Preto. Nível de Dificuldade Médio.
Trilha Curta 2,5 km, mas subidas e descidas puxadinhas.
Mato fechado em alguns trechos e um Poço só nosso. Inacreditável como você pode estar na alta estação, em pleno 27 dezembro e ainda assim o poço estar vazio, só você e seu grupo e mais ninguém. Isto é Ibicoara: exclusividade nos passeios. Locais pitorescos inexplorados, e tranquilidade no passeio.
Confesso que tô sem disposição para praia lotada e engarrafada como Ilhéus.
Segundo nosso guia, a trilha do Rio preto era um treino para Fumacinha. Acredite, ninguém está reparado para aquilo.
Fomos e voltamos da cachoeira do Rio Preto e de noite jantar na Pizzaria Terra Mater. Paixão a primeira vista, um casal fantástico que produz tudo de forma orgânica e sintrópica. Rúcula e manjericão colhidos na hora de fazer a pizza com massa integral, isto é LUXO para mim. E só soubemos deste cantinho escondido graças ao nosso guia Roney Turismo… ainda falarei mais dele.
Dormimos em Ibicoara, em casa alugada pelo nosso guia. Éramos 7 pessoas e saiu MUITO em conta o aluguel da casa super equipada.
Acordamos mais tarde, tomamos café na padaria, super barata e gostosa e seguimos para o BURACÃO.
CACHOEIRA DO BURACÃO
Chegamos 11 horas da manhã, pois arrumamos toda nossa bagagem no carro e fomos tomar café.
30 km de estrada de chão e chegamos no Buracão. Parque Municipal do Espalhado e só pode entrar com guia, 6 reais por pessoa.
Desde o início tudo lindo. Um caminho de pés de mangabas, tem coisa melhor que fruta silvestre co caminho da trilha??? . Balançava cada pé para cair o fruto doce.
Paradas estratégicas no caminho, fotos e o ponto máximo, local do rapel e ponto de fotos da Cachoeira do Buracão por cima. Surreal de lindo. Mágico.
O parque municipal tem banheiros na entrada, estacionamento montado e no caminho tem escadas interessantes que você desce de frente, diz a lenda que foi Santos Dumont que inventou aquele modelo.
Depois da última descida, o cânion de acesso ao buracão, ou vc atravessa por um pau atravessado pelos dois lados(pinguela), ou vai de colete nadando, tudo já está disponível lá, sem custos adicionais.
Surreal de lindo. Surreal as fotos. Surreal a energia daquele local.
Paramos para lanchar, armamos a tenda, digo canga, com frutas, farofa, pão, ovo, cenoura, beterraba, azeite, cebola, ralamos tudo, misturamos e todo mundo olhava a cena : “Buracão Gourmet”.
Desarmamos o circo e preparativos para retorno, parada na Cachoeiras das Orquídeas para banho e fotinhos lindas, segunda parada no Poço grande, no pôr-do-sol, coisa linda de ver e sentir.
Saímos de noite, no escuro e dormimos no Brejão na Pousada da Val, comunidade rural, bem perto da entrada da Cachoeira da Fumacinha. Foi providencial. Nosso guia conseguiu reservar tudo antes.
Chegamos no restaurante da VAL e tinha uma janta boa, muito apetitosa. Fartura, gostosura. Tudo bom e barato. Aquele carinho típico das comunidades rurais.
CACHOEIRA DA FUMACINHA
Dormimos bem na pousada da Val. Acordamos cedinho. Fumacinha tinha de ser café às 07:00 impreterivelmente.
Tudo corria bem. Chegamos na entrada da trilha, que era bem perto da pousada.
Juro que nos primeiros 30 minutos senti uma prostração, achei que não ia conseguir, quase desisti. Eu fiquei por último na fila de 09 pessoas. Tinha mais 1 casal de São Paulo com nosso grupo, acolhido pelo guia Roney.
Acho que o guia sentiu e me chamou para frente. Bem Atrás dele, tudo que ele fazia eu repetia sem pensar muito. E foi minha salvação.
A trilha é PESADA, nível difícil, muitos obstáculos, atravessar por pedras, subir em galho de árvore, raiz, pular, andar em pedra com limo, fazer pêndulo com o corpo.
Algumas paradas estratégicas para beber água e se banhar. Fizemos em 4 horas e 30 minutos. Confesso que eu devo ter atrasado o grupo e muito.
Mas também tivemos tempo de admirar as incríveis paisagens pelos paredões de pedra, pelo leito do Rio, pela Mata Atlântica fechada em pleno centro da Bahia.
Chegando na Fumacinha, a entrada é sinistra só de olhar. Tem de escalar, fazer pêndulo, se apoiar sem nenhuma segurança, é uma aventura surreal(palavra que vou repetir pois é a melhor definição). Eu nem acreditava naquilo, talvez se me contassem antes eu não teria ido. Ainda bem que não me contaram e que eu FUI. Não desista jamais. Daquelas aventuras de fazer 1 vez na vida.
MAS VALEU CADA IGNORÂNCIA MINHA. A Fumacinha é algo surreal, é alucinante, é desesperador, é “hollywoodiana”, é Avatar, é Bahia, é tudo de mágico. É quase indescritível. E se você desanimou pelas dificuldades que relatei , nem pensa nisso, abstrai e vem. Cada hora de esforço vale a pena para chegar ali.
ODE À FUMACINHA
Todo o cansaço vira torpor.
Toda angústia vira paixão.
Todo medo da caminhada vira excitação.
Todo calor do corpo vira alívio ao nadar no poço gélido.
Todo gelo vira descanso.
Toda ansiedade vira realização.
Chegar na Fumacinha é poético, virulento, romântico.
Por Jurema Cintra @juremacintra
Lanchamos lá. Rolou “Fumacinha Gourmet ” também.
Na Volta choveu e deu medinho, pois as pedras estavam lisas, escorregadias e aí quero falar do profissionalismo do nosso Guia Roney da RADICAL Chapada, o controle emocional, a experiência dele, o modo de agir e falar foi reconhecido por todos, na chegada fiz discursos e teve Palmas, merecidas .
Chegamos no carro já de noite, foi quase 1 hora de trilha no escuro, mas no ponto mais “light” digamos assim, por dentro da Mata , tudo plano. Levamos lanternas e a luz do celular ajudou também. Me lembro que na primeira hora do dia Roney falou:
-celulares carregados, em modo avião para não gastar a bateria???
Dito e certo, por isso uma lanterna faz diferença, dá trabalho segurar celular, andar de noite e ter cuidado durante a trilha, lanterna que pode pendurar é muito útil, ou aquela de cabeça. Andar no mato de noitinha, no entardecer é lindo, ouvir os bichos, e a luz da lua deixava o céu incrível, foi muito romântico.
Enfim chegamos ao carro, tomamos caldo de cana, depois um merecido banho, eu nunca tinha ficado tão suja numa trilha, a água saia preta, sem bucha de banho improvisei com a calcinha mesmo. Esfregava no corpo com sabão e saia sujeira demais, estava de corpo e alma lavada; a Val fez uma jantar perfeito com muita comida regional, Godó(cortadinho de bana dágua verde), cortadinho de palma, galinha caipira, comida dos deuses, ou melhor dos trilheiros amadores que desafiaram a Fumacinha e venceram.
CACHOEIRA DO VÉU DE NOIVA
Dormimos na comunidade de Brejão de Novo, na Pousada da Val, e foi ótimo, por que Véu de noiva é no mesmo caminho que Fumacinha, só que na Bifurcação seguimos para esquerda.
Encontramos 2 rapazes sem guia perguntando da Fumacinha às 10 da manhã. Ir sem guia na Fumacinha é uma LOUCURA que não recomendo nem para inimigo. Com chuvas, as pedras devem ter mudado de lugar, pensa só, não tem marcação, é muito difícil achar as passagens e entradas pela mata. Explicado isso eles retrocederam e os guias só recomendam começar a trilha no máximo 09 da manhã, pois não tem como voltar de noite, o caminho é longo e perigoso.
Seguimos para Véu de Noiva, bem mais light contudo havia desafio sim…
Subir em árvore, se equilibrar, subidinha e tudo valeu para chegar no último Véu, sem ninguém, somente nosso grupo. O título do Artigo é: Chapada Inexplorada, então … NINGUÉM OU QUASE NINGUÉM, os caminhos são longos ou pelo menos escondidinhos e tá aí o segredo.
Poços para banho só nossos.Tranquilos, em paz, só ouvindo os pássaros e muita conversa boa com o grupo.
Contato com a natureza linda e preservada. Turismo comunitário e apoio à economia local, Isso é Ibicoara. Isso dá certo. Turismo predatório é um desastre, só exploração e descaracterização da cultura local, tô fugindo disso.
Encontramos 2 cobras cipó, eu morro de medo, o guia fotografou, fez selfie e mostrou com segurança ao grupo. Eu nem chego perto, tenho um asco. Mas é um bom sinal vê-la ali quietinha (não é venenosa), isso significa que a natureza tá equilibrada, ecossistema equilibrado, em harmonia; a cobra pode tomar sol e banho numa boa e se não mexer com ela , ela não mexe com ninguém.
NÃO Vou colocar foto de cobra em meu site, não… povo da Chapada adora história de cobra, vídeo de cobra, meu avô, meu pai, tios e amigos, não tem 1 ano para essas histórias não se renovarem, multiplicarem e aperfeiçoarem. Tem curiosidades sobre serpentes … conversa com os nativos da chapada … tem salvação isso não …
Como acordamos mais tarde, cansados da Fumacinha, tomamos café mais tarde, combinamos almoço(separado) na Val mais tarde também, deu 15:00 quando chegamos da Véu de Noiva e aquela FEIJOADA espertíssima prontinha.
Caímos matando na delícia e quem disse que deu coragem para subir para a Cachoeira do Licuri? Seria o último passeio do nosso roteiro.
Mudanças acontecem e tudo bem, todo mundo concordou que o cansaço bateu e veio a prostração depois do feijão.
Pegamos nossas malas (vejam que check-out tarde), tudo ali é negociado com a dona, então é fácil.
Deixamos a Pousada da Val, banhados, arrumadinhos e seguimos para o Mirante do Campo Redondo. Mermão … que visual era aquele….
Eu fique extasiada. Que fim de tarde lindo, pôr-do-sol fantástico. Fotos sensacionais e aquela sensação boa de ter deixado apenas pegadas.
Paradinha estratégica na Coxinha de Jaca com maionese caseira de ricota com ervas… ui… ui … eu viajo para comer mesmo ….
Paisagem de uma Chapada Diamantina autêntica, conservada e preservada pelos seus moradores e amantes.
Dormimos novamente na casa alugada, jantar de Pizza no Terra Mater, por que se é bom a gente repete.
No quinto dia, Acordamos, arrumamos carro, padaria para tomar café e comprar CAFÉ. Cafés finos, orgânicos, sintrópicos e da agricultura familiar de Ibicoara são sensação. Não tem um tour do café organizado mas o guia pode te mostrar. Na padaria tinha uma prateleira cheinha e nós nos acabamos. Trouxe café das alturas da Colômbia e não ia comprar na minha Bahia???? nas alturas???? … oxe, meu esposo adora café.
Partiu Seabra com a vontade de voltar para fazer Buracão de Novo que foi delícia demais. Voltar para Conhecer a Cachoeira do Licuri e mais umas 2 diferentes. Visitar os restaurantes escondidos e pousadinhas na estrada. Parar de cantinho em cantinho, placa por placa.
DICAS DE VIAGENS
Quero fazer um artigo mais detalhado sobre o que levar na mala para Ibicoara. Vejam como gosto de escrever, kkkkkkk, então seguem apenas sugestões que foram úteis para mim, claro que cada perfil de viajante tem necessidades diferentes.
Levar poucas roupas e aquelas apropriadas para trilhas e caminhadas;
Levar mochila bem leve para andar nas trilhas;
Usar Bota ao invés de tênis;
Lanterna;
Contratar Guia, até mesmo antes, para planejar os dias em cada cachoeira;
Dormir na Comunidade para fazer as trilhas da Fumacinha e Véu de Noiva com mais tranquilidade;
Ir de carro facilita sua vida, mas tem agências que organizam passeios coletivos;
comer comidas regionais;
comprar café de Ibicoara e região, além de ser gostoso e sustentável é um ótimo presente para amigos;
Levar dinheiro, lá só tem Bradesco e nem todo local aceitará cartão ou a internet pode estar fraca;
Olhar o tempo , sempre e sempre, nos aplicativos e sites ;
Respeitar a natureza deixando lá apenas pegadas e boas lembranças;
No Nosso Instagram @juremacintra tem muitos destaques salvos
Eu falei no nosso Guia inúmeras vezes né, então deixa eu fazer um merchan gratuito, eu pago todas as minhas viagens, então quando gosto de um serviço é por que foi bom MESMO e a pessoa dele me cativou. Turismo Honesto, comunitário, o Roney e sua esposa Keu(guia também) entendem tudo de Ibicoara e de turismo sustentável. O Instagram dele que tem fotos lindas é : Roney_ecoturismo e o Zap Zap para você fechar a viagem dos sonhos é : 077-981493344
Muita gente quer pular carnaval e viver aquela folia boa da Bahia. Mas muita gente também só pensa em descansar e curtir uma praia deliciosa, então o destino certo é Ilhéus no Sul do Estado.
Moro aqui e lhes digo que o carnaval é um misto de curtição e descanso.
Curtição por que sempre tem o Carnaval Cultural, este ano de 2019 será no Domingo, vejam aí o banner da prefeitura e eu adoro o grupo Dilazenze. Quem gosta de bloquinhos, tem o Zé Pereira nesta sexta-feira dia 01/03 no bairro Pontal e outros na Urbis.
Descanso por que Ilhéus tem praia para dar e vender, das mais movimentadas como as Praias do Sul com as Cabanas e das mais vazias como Acuípe, Praias do Norte, etc. Então dá para gastar uma graninha nas barracas de praia(consulte sempre o preço no cardápio/detesto pegadinhas), como dá para você levar seu cooler com gelo e cervejinha, tira-gosto e ficar mais light. Eu faço as duas coisas e adoro, depende muito de meu humor e disposição. Ficar com as amigas, com caixa térmica cheia de puro malte, vendo o Sol cair na praia do Backdoor não tem preço, mas tem a amiga da rodada que não bebe.
Se você está na cidade aproveita as dicas que tem em nosso blog sobre Compras, Melhor Hospedagem, Trânsito e Divirta-se.
Se ainda não decidiu onde ficar e acha que Hotel está tudo lotado, ainda dá tempo de reservar pelo Airbnb, que tem apartamentos bem legais eclicando aquivocê de cara já ganha até R$130,00 de desconto. Uau… isso mesmo… você já sai ganhando em sua primeira reserva no aplicativo .
Many people want to celebrate the
carnival and live that good energy that comes from Bahia. But many people also
only think about resting and enjoy a wonderful beach, so the best destination
is Ilheus in the South of the State.
I live here and tell you that the
carnival is a mixture of revelry and resting.
Revelry because there is always a
Cultural Carnival, this year (2019) will be on Sunday, see the banner of the
city hall and I love the Dilazenze group. Who likes “bloquinhos”
(brazilian word for the carnival blocks), has the Zé Pereira this Friday 03/01
in the Pontal and others in Urbis (neighborhoods of Ilheus).
Rest because Ilheus has beaches
galore, from the busy ones like the “South Beaches” with the beaches
huts, to the empty ones like Acuípe, “North Beaches”, etc. So you can
spend a little amount of money on the beach huts (always check the price on the
menu/I hate pranks), how can you take your cooler with ice, beer, appetizers
and stay fit. I do both and I love it, it depends a lot on my mood and disposition. Staying with
friends, with a thermal box filled with malt beer, watching the sunset on the
Backdoor beach is priceless, but there is the designated driver who doesn’t
drink
If you are in town enjoy the tips
that are on our blog about Shopping, Best Lodging, Traffic and enjoy.
If you have not decided where to stay and you think that the Hotels are all packed, there is still time to book Airbnb, which has nice apartments and clicking here you instantly win up to a discount of R$130. Wow … that’s right … you’re already benefited from your first in-app reservation.