Tudo aqui em Ilhéus é escondidinho, já que a política pública turismo é inexistente. tem locais muito legais e vamos então ajudar na divulgação.
Se você está de passagem por Ilhéus para ir à outro destino, só digo que é uma pena, aqui tem 487 anos de história, apesar de tentarem apagar sua memória, deixando prédios caírem, matando árvores sem qualquer laudo técnico ou necessidade, privatizando praças históricas.
Mas vamos lá, um city tour com guia é FUNDAMENTAL, sozinho você vai andar e achar sem graça, a história bem contada e narrada é essencial. Já falei aqui do Gregório, gosto dele de graça, um guia muito gentil, que faço questão de divulgar.
Depois da caminhada … humm.. vamos às guloseimas, ou durante o trajeto mesmo.
Mercado de Artesanato, tem o CUPULATE, Cupuaçu com Chocolate numa banca linda, ali do lado do palco, provem as cocadas de cacau artesanal.
No Calçadão da Marquês de Paranaguá, provem os SUCOS na lanchonete Berimbau, e claro prefiram o CACAU ou CACAU COM LEITE, este é uma refeição de tão cremoso. Já falei aqui que SUCO DE CACAU é um patrimônio e devia ser um produto turístico. Se você está vindo de carro para Ilhéus, confira nosso post sobre compras e TRAGA SEU ISOPOR, leve polpa de cacau, cupuaçu, cajá, graviola, são naturais, puras, sem conservantes e muito gostosas.
Se o tour está sendo pela tarde você anda pode provar o mini acarajé e mini-abará na Praça JJ Seabra, onde tem o Palácio Paranaguá e claro, vamos falar de chocolate.
Voltei de Gramado horrorizada com as péssimas opções de chocolate, a loja é linda, o produto é tenebroso, açucar puro e gordura hidrogenada.
Em Ilhéus você vai comer chocolate da mais alta qualidade na Cacau do Céu , trufas e barrinhas deliciosas.
Almoçar no centro? Claro que temos opções, bar Vesúvio tem à kilo MUITO BOM e QUARTA é divino o buffet árabe. O Sabor do sul e Berimbau também tem opções à kilo com muita comida baiana e claro, a Feijoada de Sodré com pratos tradicionais da Bahia à la carte e preço maravilhoso.
Noite ??? Sim, o centro histórico tem opções de comer, mas não de passear, tudo fecha, inclusive os atrativos históricos. Você pode jantar no Vesúvio e Bataclan a la carte, no Rei do Kafta tem sanduíches incríveis e baratos, tudo isso na Av. 2 de Julho e claro o meu preferido que é o Marostica, a melhor comida italiana de Ilhéus, e você pode levar seu vinho e os pratos são generosos e com excelentes preços.
Então curtam o Centro Histórico de Ilhéus e levem memórias afetivas incríveis da cidade.
Se você ainda não sabe Vou lhe dizer o que é O umbuzeiro é uma planta Que na caatinga tem pé Resistente a toda seca Sagrado pra quem tem fé
É um símbolo do Nordeste Onde o sol é de rachar No tabuleiro e na serra Em todo lugar estar Só existe no sertão Porque este é seu lugar
É uma moita fechada Capricho da natureza Sua sombra é muito fresca É grande a sua beleza Umbu é como se chama O fruto que vai pra mesa
Da caatinga é a rainha Das plantas que Deus criou Alimenta rico e pobre Analfabeto e doutor E o sabor da sua fruta Nosso povo consagrou
O sertanejo é quem chama Sua fruta de imbu E serve de alimento Para mico e caititu Pra bode, cabra e ovelha, Guará, raposa e tatu
Tem umbu que é bem doce Como o mel de uma flor Também quando é azedo Na boca chega dar dor Faz bode berrar zangado Relegando seu sabor
Tem umbu liso e redondo Verde, maduro e inchado, Grande, médio e pequeno, Tem até umbu rachado Tem do caroço miúdo Pra se chupar descascado
A coisa que mais me alegra É ver umbu “fulorar” E escutar as abelhas Com zum-zum-zum a voar Ver o renovar da vida Presente neste lugar
Na época das trovoadas Depois do mês de setembro Sua safra é de fartura Ainda bem que me lembro Do chão forrado de frutas Em pleno mês de dezembro
No sertão tem o costume De umbuzeiro dar nome, Tem pé de umbu da pedra Da cobra e do vagalume, Da onça e da vaca seca Da cacimba e do velame
Tem umbuzeiro de Tonha De Zé de Sarapião, De Zeca de Zé Pretinho De Rosa e Mané Bião De Bidé da Gameleira E de Cosme Gavião
Outras frutas da caatinga Correm o risco de acabar Já não vejo mais o icó, Cambuí e cambucá Ah! Como tenho saudade… Do gosto do trapiá
Quando o umbuzeiro cresce Na beira de uma estrada É açoitado de vara Recebe muita pedrada Fica todo arrebentado De tanto levar pancada
A folha do umbuzeiro É alimento sagrado No desespero da seca Vira comida de gado E todo bicho que vive Pelo sertão embrenhado
Mas nem tudo é alegria Pelas grotas do sertão Tem fazendeiro malvado Raivoso e sem compaixão Cortando pé de umbu Pra plantar capim no chão
Devasta toda a caatinga Sem dó e sem piedade Corta até o umbuzeiro Na mais dura crueldade Sem falar no juazeiro Pra completar a maldade
Acho muita malvadeza Tirar raiz de umbuzeiro Pra fazer doce de corte E se trocar por dinheiro E prejudicar a planta No período do sequeiro
Se o umbuzeiro falasse Eu passei a imaginar Como seria a peleja Com quem fosse lhe cortar E leia com atenção O que tenho pra contar
U aqui é umbuzeiro R aqui é roçador Vai ser uma peleja dura De sentimento e de dor Entre a bela natureza E o ser devastador
U – Aqui eu nasci e cresci Na seca deste torrão Espalhado em toda parte Pelas brenhas do sertão Forneço sombra e alimento Aos viventes deste chão
R – Estou de foice na mão Pelo patrão enviado Vou roçar esta caatinga Deixar o mato virado Arrumar tudo em coivara Que pasto vai ser plantado
U – Com mais de quinhentos anos Que nesta terra nasci Nunca vi o seu patrão Catando umbu por aqui Vá e pergunte pra ele Qual foi o mal que lhe fiz
R – O capataz me chamou Pra fazer este serviço Foi a mando patrão Não vejo nenhum mal nisso Receber sete reais De diária o compromisso
U – Se você catar umbu E for à feira vender Vai aumentar o valor Em dinheiro pra você Vai dar sete vezes sete É só conferir para crer
R – Mas se o imbu está verde Como é que vou fazer? Se já tivesse maduro Quem sabe não ia ver Se eu enchia um balaio Pra na cidade vender
U – Sua pressa é sem razão Veja o que vou lhe contar Apressado come cru Diz o dito popular Estou lhe dando um conselho Só quero lhe ajudar
R – No aço da minha foice Ganho o pão de cada dia Sustento mulher e filho Lá na minha moradia Vou derrubando caatinga Que acho sem serventia
U – Deixe de ser rude homem Que por aqui já lhe vi Chupando umbu maduro E quebrando licuri Comendo fruta de palma E caçando juriti
R – Isto já faz muito tempo É coisa do meu passado Na minha morada agora Tem velhinho aposentado Do mato tenho lembranças De quando ‘tava apertado
U – Ainda me lembro bem Quando aqui você chegou Fez o trabalho e sumiu Deixando grande fedor Mas do umbu tinha caroço Na “ruma” que tu deixou
R – Se imbuzeiro fosse Planta que desse dinheiro Seria coisa difícil Só tinha no estrangeiro Mas como só dá imbu Vira pau de galinheiro
U – Do umbu faz doce e suco, A saborosa umbuzada, Vai misturada com leite Com açúcar é adoçada Reforçando o sertanejo Na sua dura jornada
R – Faltam 10 pra meio dia Vou a panela esquentar A barriga já roncou Vou minha fome matar Debaixo deste imbuzeiro Depois vou me descansar
U – Minha sombra agora serve Para a tua maresia Vou açoitar os meus galhos Na força da ventania Para lanhar as tuas costas Cabra ruim sem serventia
R – Praga de urubu magro Em boi gordo ela não pega Aqui nesta terra vi Saci montado na jega Quebrando pé de imbu Diabo que te carrega
U – Já comeu e descansou Na sombra que eu te dei Vai dizer pra teu patrão Que o umbuzeiro é rei Das plantas da caatinga Está escrito na lei
R – Você quer me enrolar Com esta conversa mole Vou afiar minha foice E depois tomar um gole Pra enfrentar o roçado E sustentar minha prole
U – Eu pensei que tu pensavas Mas tu és cabeça dura Do oco de baraúna Nem o diabo te atura Parece que tu és dele A mais baixa criatura
R – Eu sou cristão batizado Por São Cosme e Damião Na capela de Santana Rezo e tenho devoção E no terreiro de Oxóssi Faço a minha obrigação
U – Tua foice é arma fria Que corta sem piedade Quem ordena é teu patrão Que mora lá na cidade Tu vivendo na miséria E ele na vaidade
R – O patrão quer terra limpa Sem nada pra sombrear No lugar de imbuzeiro Plantar capim e zelar Pra engordar a boiada Mangote de marruá
U – Por aqui eu já estava Quando o teu patrão chegou Neste pedaço de terra Que por teu avô passou Deste modesto umbuzeiro Muito umbu ele chupou
R – Conte esta história direito Quero saber tudo agora, O que teve o meu avô Com esta terra outrora? Responda com precisão Pois tudo tem sua hora
U – Esta história é complicada E posso lhe assegurar Que seu avô era dono De todo este lugar E tirava da caatinga O que ela tinha pra dar
R – Se meu avô era dono, O que foi que aconteceu? Se tinha família grande, Por que será que vendeu? Se também ninguém herdou, Nem mamãe, nem pai, nem eu
U – Não foi venda foi um fato Que a terra estremeceu Teu avô foi emboscado Tomou um tiro e morreu Da arma do teu patrão Que mandou tu matar eu
R – Minha foice agora pára Não corto mais imbuzeiro Esta terra ainda é minha E não troco por dinheiro Vou procurar a justiça Pra não virar justiceiro
U – Viver muito eu agradeço Foi a minha salvação Isso faz cinqüenta anos Que vi esta confusão Veio me servir agora Pra permanecer no chão
R – Não corto mais imbuzeiro Escreva o que vou dizer Do imbuzeiro o imbu Da caatinga o bem-querer No ronco da trovoada Ver o mato florescer
U – Estou ficando sozinho Só se ver pau derrubado Já se foi a quixabeira, É fogo pra todo lado Até a Jurema preta Tem seu destino selado
R – Minha foice derrubou Muita jurema e arueira Pau-de-rato e calumbi Umburana e gameleira Pra vender lenha no metro E fazer compra na feira
U – O que tu diz é verdade Não sei como aqui estou No último roçado feito O fogo me sapecou Por sorte o vento virado Pra chuva o tempo mudou
R – Até raiz de imbuzeiro Já fui pro mato arrancar Ralava em ralo bem fino E espremia pra tirar Água doce e cristalina Pra minha sede matar
U – Você ainda tem jeito, Percebe que eu servia, Te dei água no passado Também te dei rancharia Tu namorando na moita Quando a noite escurecia
R – Fico muito encabulado Com esta sua intimidade Isto já faz tanto tempo Estava na flor da idade Com a cabocla Rosinha Eu me casei na cidade
U – Aqui eu vi o passado Aqui estou no presente Alimento a bicharada O bicho temido é gente Que roça e ateia fogo Pelas costas e pela frente
R – Eu não pego mais em foice No mato vou semear Semente de imbu doce Do que eu gosto de chupar Nunca mais faço a besteira De um Pé de imbu cortar
O umbu foi vencedor Nesta estória que criei Que quiser que conte outra Porque esta eu já contei, Externando meu desejo Nas palavras que rimei.
O Autor: Marialvo Barreto, é nascido em Ipupiara, Bahia, filho de Amélia Barreto Cunha e Teotônio Barreto, estudou geografia na UFF em Niterói, professor universitário aposentado da UEFS-Universidade Estadual de Feira de Santana, foi vereador na mesma cidade por 2 mandatos. É escritor, poeta e cordelista. Conservacionista implanta o projeto de Recatingamento na sua pequena propriedade Flor de Alecrim no povoado da Matinha em Feira de Santana .
Quando alguém me chama para tomar um café , ou seja, bater um papo, conversar, eu dou risada, por que eu não tomo a bebida, desde criança não agrada meu paladar.
Mas… eu adoro ir em cafés em todas as viagens para comer tudo que tem lá, chás, chocolate, tortas, salgados, enfim, as guloseimas.
Ilhéus tem um café charmoso e bem especial, eu gosto muito do atendimento do Engenho Bueno Café e Bistrô, e mais ainda, eles preservaram o patrimônio arquitetônico, é uma casa linda do início do século XX, toda conservada com pé direito altíssimo, que demonstra o auge da riqueza do cacau que agora está retratada novamente na novela Renascer da rede Globo e que Jorge Amado tanto falou em seus livros. Ilhéus tem uma sanha destruidora de casas antigas que só a psiquiatria pode responder, é cada imóvel lindo que está caindo aos pedaços e tem até processos na justiça para punir os gestores públicos que deveriam cuidar e nada fazem,
O Engenho fica na Avenida Soares Lopes, super fácil de chegar andando ou de carro. Quem está vindo pelo porto, é rapidinho.
Na entrada você já se impressiona pela grandiosidade da casa.
O balcão de tortas é sensacional, quer comer um bolo bem confeitado e receitas super elaboradas ? É no Engenho.
Eu amo a Torta Marta Rocha com um chazinho. A Ferreiro Rocher também é divina, e de bolo eu entendo viu, é um vício, malho para isso, comer gostoso.
E acredite, tem muita doçaria em shopping que quando a torta chega está ressecada, dura e é puro açúcar. No Engenho não, a torta Marta Rocha é meu xodó.
Tem cafés especiais e baianos, isso é tão bom, valorizar os produtores locais.
E olha o ambiente das mesas … É tudo um charme. Serve almoço executivo com bom preço.
Acho ótimo sair do escritório, ir no café Engenho, comer gostoso e pegar um cineminha mais cedo, que é bem ao lado. E vai sair o post sobre Cinema de rua em Ilhéus, nosso CINE Santa Clara, que é um patrimônio cultural. Eu detesto entrar em shopping para ir ao cinema, o preço é uma fortuna, e só consumismo, gosto mesmo é curtir o filme. Esse mês assisti Mamonas Assassinas e foi massa, mês passado assisti GAL.
Os sucos são muito bons também, bem encorpados, tudo no Engenho é feito com produtos de qualidade, recomendo. E não é publi, que este site é independente, eu sempre vou lá como consumidora mesmo, os donos são bem gentis, eu sou advogada e as menções aqui são minhas avaliações pessoais. Sonhando ainda com convites e patrocínios …. kkk um dia a publi chega não é mesmo.
Saiba mais : FAQ Ilhéus – tudo que você precisa saber antes da sua viagem
Você sabe que QUEM COME QUIABO NÃO PEGA FEITIÇO ??? É um provérbio africano e o quiabo é um fundamento do candomblé, religião de matriz africana tão relevante na constituição de nossa baianidade. O modo de cortar o quiabo, a forma de cortar, a forma de comer, tudo é sagrado. Quiabo está na dieta de minha família paterna desde sempre e eu carrego isso.
Eu amo quiabo em todas as suas versões, quando eu estava no Caribe achei quiabo estrelado nanico e claro que comprei e cozinhei gostoso lá em Curaçao.
Quiabo no vinagrete, cozido no vapor, com um fio de azeite, quiabo grelhado, cortadinho de quiabo com carne seca ou com abóbora, tudo é bom demais.
Só que o Caruru é imbatível, essa receita ancestral que tanto amamos na Bahia, um tal site gringo colocou o Caruru, como a 9 pior comida Bahia, eu quase morri, mas os votantes deve ser tudo gente estranha que peja feitiço mesmo.
E se você vai passear ou morar em Ilhéus, venha logo provar essa delícia. Fazer em casa é aquela trabalheira, geralmente eu como na rua, e vou elencar os meus preferidos:
1- BERIMBAU
É uma lanchonete, mas tem comida à kilo meio-dia no almoço, é apertado, mas aconchegante, só pedir que funcionária consegue sua vaga, e a graça tá aí, se misturar aos locais, é toda SEXTA-FEIRA, VIU … comida sagrada tem ritual.
CARURU/VATAPÁ/ARROZ BRANCO E GALINHA COZIDA … TÁ… VOU ABRIR EXCEÇÃO PARA MOQUECA DE PEIXE E SÓ ….
Pede uma Coca-Cola para “rebater” … kkk, sim, amamos comer comida baiana com Coca Cola, é isso, faz parte dos hábitos modernos. Eu não sei quem é a cozinheira que trabalha lá, só sei que é uma delícia, é um caruru e vatapá de primeira qualidade, sempre que vou peço para garçonete avisar à equipe da cozinha que estava delicioso, um reconhecimento do talento de mulheres e homens que carregam esse conhecimento ancestral. Gentileza gera gentileza também.
Fica no Centro Histórico no Calçadão da Marquês de Paranaguá e combina perfeito com o City Tour com meu amigo Gregório (073-99869-2144
2- ENE Gastrobar
Fica ali na frente da Ponte estaiada Jorge Amado, perfeito para comer vendo a Baia do Pontal e o mar brilhante , eu gosto demais da comida de Ene, aquela culinária afetiva, caseira, cheia de amor, ela é muito gentil e serve quentinha Anota aí o número : 073-99159-6650. Lembrando que a tradição é quentinha de caruru com moqueca/peixe, ou com frango cozido. Amo um delivery de caruru bem feitinho. Enegastropub também está no Ifood, isso aí que é modernidade para comer Caruru na Bahia.
Aqui em nosso site falamos de cada pedacinho de Ilhéus, tudo mastigadinho, você que amou a novela Renascer de 1993 , vai se apaixonar por cada cantinho da cidade onde foi gravado o Remake com Marcos Palmeira, Humberto Carrão e elenco incrível.
Clique aqui e saiba tudo para planejar sua viagem, este link é o FAQ Ilhéus, perguntas e respostas bem objetivas.
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