por Lourival Pereira Júnior Piligra
Todo mundo agora chora
Pelo leite derramado
Propina paga linguiça
Carne podre no Senado
Churrasco de uma aparência
Reforma da Previdência
Ninguém mais critica, ataca,
E o Brasil segue sofrendo
Aos poucos se corrompendo
Só porque a carne é fraca!
Falta tudo nesta pátria:
Segurança, Educação;
O dinheiro dos impostos
Segue assim de mão em mão
Dividido entre chacais
Enquanto nos hospitais
O pobre morre na maca,
E o rico na sua mansão
Justificando o refrão:
Só porque a carne é fraca!
A violência se espalha
Como um câncer vil, mortal,
Presidente sacripanta
Na maior cara de pau
Justifica na TV:
“Não temos o que temer
Nossa carne vem da vaca”
Enquanto o povo assombrado
Tem seu direito lesado
Só porque a carne é fraca!
E assim a vida prossegue
No seu devir temerário
Ladrão roubando ladrão
Da propina faz salário
Justificativa espúria
Enquanto dentro da cúria
Ao sagrado alguém ataca
Pra depois justificar
O que o levou a roubar:
Só porque a carne é fraca!
E a política sem rumo
Faz da mentira conquista
Toma posse do poder
Esquecendo que é golpista,
Por isso repito agora,
Nesta interminável hora:
A política velhaca
Comandada por um bando
Tem ladrão no seu comando
Só porque a carne é fraca!
Todo mundo agora sabe
Justificar todo o mal
Tem na ponta da sua língua
Este refrão surreal
Explicação sem sentido
De um pais já corrompido
Que faz do roubo malaca
E da propina razão
Fortalecendo o bordão:
Só porque a carne é fraca!
Agora se alguém nos lesa
Em nosso belo direito
Rapidamente repete
Batendo forte no peito:
“Eu lesei, não vou negar
Sei que um dia irei pagar
‘Eu estava com a macaca’
Eu o fiz vou lhe dizer
Foi apenas só porque,
Só porque a carne é fraca!”
O que antes era Sadia
Hoje virou papelão
A Seara agora seca
Feito a terra do sertão
Pif Paf é jogatina
Alimentando a propina
Que faz do pais cloaca,
Por onde escorre a miséria
Neste refrão de pilhéria:
Só porque a carne é fraca!”
A vergonha perde rumo
Neste país de ladrões
Presidente cara lisa
Protege logo os patrões
Enquanto o trabalhador
Leva a culpa, sim senhor,
Vivendo no fio da faca
Do desmando de quem manda
E entra e dança na ciranda:
Só porque a carne é fraca!”
Empresários ficam livres
Para engordar o seu boi;
Carne boa, carne nobre
Quem produz é a Friboi,
Carne podre, apodrecida,
Mascarada, proibida,
Vai à mesa por pataca,
E o pobre, pobre coitado,
Volta-se para o sagrado
Só porque a carne é fraca!
Por isso peço desculpa
Ao meu leitor bem formado
Se traduzo com meus versos
As entranhas de um Estado
Onde a carne apodrecida
Faz parte da nossa vida
Ao som de flauta e maraca
Pois sou também um mortal
Justificando o coral
Só porque a carne é fraca!