por Jurema | out 9, 2016 | Blog, Direito
por Jurema Cintra Barreto
Advogada militante nas áreas de Direitos Humanos e Direito Previdenciário
No mundo real e virtual as normas de etiqueta nos levam a uma boa convivência e respeito.
Um colega estava na Justiça do trabalho e me disse que recebeu inúmeras mensagens de um cliente 01 hora da manhã. Ele estava em viagem e só viu as mensagens quando ligou seu celular de manhã e se incomodou com o horário. Ele resolveu retribuir a “gentileza” e no outro dia ligou à 1 da manhã para o tal cliente. O advogado relatou que o cliente tinha voz sonolenta, como se tivesse acordado, ele conversou, o cliente ficou nervoso:
– Dr. aconteceu alguma coisa?
– Não só para saber como você está?
-Tudo bem doutor , mas..
– Bem, o senhor me Ligou pelo whatsapp para saber do seu processo na madrugada, resolvi te ligar na madrugada também para saber como você está também, e, seu processo está tudo bem!
Esta conversa foi na Justiça do Trabalho de Itabuna-Bahia, mas acredito que aconteça com os colegas diuturnamente.
Regras de etiqueta e educação também valem no mundo virtual, se o escritório, que é um espaço profissional tem horário de atendimento, se não é nada de urgente, cabe todos nós termos discernimento de que horário de descanso para você também é horário de descanso de seu advogado. Tal relato se aplica a outras profissões não é mesmo?
De certo não podemos negar que a tecnologia já alterou e muito a forma de nos comunicarmos e relacionarmos contudo a “pequena ética”, a Etiqueta esta perdurará no tempo.
por Jurema | out 8, 2016 | Blog, Direito
por Jurema Cintra Barreto
Advogada militante
Fiz minha inscrição na Ordem dos Advogados de Itabuna-Bahia num mês de agosto. De logo recebemos uma certidão provisória com número na Ordem. Ufa! Já dava para advogar, aliás era uma necessidade urgente na época. Daí demorava muito de chegar a carteirinha de “PVC” , a famosa carteira rosa, a Carteira da OAB. A secretária era Patrícia, me ligou e eu toda feliz e radiante subi a Rua Ruffo Galvão. Ela, a secretaria, muito atenciosa, me pediu para conferir os dados impressos e assinar o recebimento , o protocolo padrão.
Ahh!! Fiquei tão chateada… no campo – doação de órgãos tinha escrito NÃO. Mas eu tinha absoluta certeza que marcara SIM.
Naquela época já era doadora de sangue, amigos de colégio tinham feito transplantes e eu sabia da importância da doação e desta informação em meu documento de identidade, até para orientar minha família que esta é a minha vontade em vida. Documento este que carregamos com tanto orgulho, não podia ter tal erro.
Daí a secretária ligou para Salvador, e a Secretaria de inscrições da Seccional da OAB-Bahia confirmou o erro. Recusei a carteira, fiz um novo requerimento por escrito e como foi erro da OAB o então presidente Dinailton Oliveira determinou a confecção de outra nova sem custo. Vemos várias campanhas na TV e na internet sobre a importância da doação de órgãos. E você já falou sobre isso publicamente com seus familiares? Já deixou isto registrado?
por Jurema | out 8, 2016 | Blog, Direito, Direitos Humanos
Por Jurema Cintra Barreto
advogada militante nas áreas de Direitos Humanos e Direito Previdenciário
Toda vez que acompanho um registro de União Estável converso sobre vários temas que devem constar na mesma: regime de bens, tempo de união, relação de dependência para fins de plano de saúde e previdência. (mais…)
por Jurema | jul 6, 2016 | Blog, Consumo Consciente
por Jurema Cintra Barreto
advogada militante e as vezes psicóloga dos clientes
Decidi continuar escrevendo sobre o tema. Educação Financeira é um conduta diária, um desafio diário também. E no dia-a-dai da profissão vejo péssimos hábitos. O super-endividado tem uma solidariedade suicida, kamikase. O tal hábito de emprestar o cartão de crédito ou o nome para amigos, parentes e colegas.
Em mesa de audiência ouço frases frequentes:
- estou pagando por algo que não comprei;
- emprestei meu cartão;
- confiei na pessoa mas ela não pagou;
- ela sempre pagou direitinho a prestação, não sei o que aconteceu desta vez;
- lá em casa é assim, todo mundo empresta;
- já empresto cheque a tanto tempo, esta foi a primeira vez…
Eu fico a me perguntar como o nome deve ter tão pouco valor para alguns para você emprestá-lo assim, é como dar um cheque em branco à alguém. São situações absurdas que vejo no cotidiano e nem sempre as soluções são tão fáceis, na maioria das vezes uma boa conversa resolve, o tempo, mas em outras até na justiça é complicadíssimo encontrar um caminho para desatar tantos nós.
Então se você quer muito ter , ou voltar a ter saúde financeira, é preciso se valorizar e aprender dizer NÃO. Amizades acabam por dinheiro, namoro acaba por dinheiro, famílias brigam por dinheiro. Quando você diz não, naquele momento a pessoa pode até ficar com raiva, mas acredite você esta salvado a sua relação com esta pessoa e salvando a mesma também.
Ela não tem saúde financeira para comprar. Você não tem saúde financeira para arcar com um possível(frequente) rombo. Então dê a oportunidade para quem pede refletir sobre seus próprios erros de consumo. Não dá para comprar o que não se pode, usar o nome do outro é de uma má-fé incrível e emprestar é de uma boa-fé cega.
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Sabemos que as chantagens emocionais são muitas: “aquela pessoa me ajudou tanto, minha companheira de escola, minha prima que aguenta minhas confidências, minha secretária tão dedicada, meu amigão do futebol, sempre legal”. Uma boa convivência não significa solvência, ou seja, capacidade financeira e estabilidade econômica. Neste aspecto precisamos ser frios. Mas é uma frieza para sua própria segurança. Não é mesquinhez, é prudência.
Com as dicas que você já viu aqui, que tal ajudar seu amigo sair do poço, do buraco nefasto que ele se meteu e os dois mudarem de hábito definitivamente?
Eu fico impressionada quando vejo uma fatura de 1500, 3000 reais e a titular me fala que nenhuma das compras é dela, são: primo, da mãe, da avó, da vizinha, do marido da prima, da namorada do irmão. Você tem um cartão com limite alto, tudo bem, mas esse limite é irreal, não é seu, nem de ninguém, é um crédito que só deve ser usado ou para acumular milhas e pontos, ou numa emergência real e com a certeza que no final do mês você precisará do dinheiro para pagar a fatura integralmente, por que você já aprendeu como PARAR DE PAGAR JUROS.
Fico mais chocada ainda quando se empresta nome para comprar carro, moto, abrir empresa e a pessoa nem faz um contrato, um termo, um e-mail, qualquer coisa que comprove que não é seu e que aquela pessoa lhe tem obrigações. É uma fé cega, faca amolada, por que a conta chega e o corte é profundo.
Como advogada dou muitas orientações jurídicas, mas se posso dar um conselho pra vida, por favor, leitores, nunca, em hipótese alguma empreste seu nome, seja para fazer uma conta de telefone, para comprar em seu cartão, para fazer um carnê ou crediário na praça. O ditado permanece: “quem empresta não presta”.
É discórdia certa, você vai se irritar, a outra pessoa vai se irritar em ser cobrado, sua família vai se irritar com você que não consultou ninguém antes de fazer a burrada, sua advogada de confiança vai se irritar muito, por que no Brasil não temos o hábito de consultar um(a) advogado(a) para tomar uma decisão importante, apenas quando a panela já emborcou, ou seja, depois das mancadas. Uma de nossas funções é lidar com conflitos, mas este é uma espécie que me incomoda como ser humano. Pois a vida da pessoa se desestrutura, o emocional, o casamento, o sono, a auto-estima, tudo fica de cabeça para baixo.
O Direito protege o nome e o abalo em seu crédito, em sua moral, ter nome sujo indevidamente , tudo isso é punido pela legislação, então perceber o quão grande é este PATRIMÔNIO: seu NOME , seu CPF limpo, é primordial para uma mudança de comportamento e de vida.
por Jurema | jul 4, 2016 | Blog, Consumo Consciente
por Jurema Cintra Barreto
advogada e as vezes psicóloga e amiga dos clientes
Falamos muitas coisas durante a semana, recebi muitos comentários e mensagens, e é um bom impulso para continuar escrever.
Você já aprendeu que sem dar uma Parada estratégica em compras e sem economizar no dia-a-dia você não vai conseguir alcançar seus objetivos. Outra coisa importante nesta época de vacas magras é que ficar olhando facebook, whatsapp e instagram, 24 horas por dia, também não vai pagar suas contas. Pare de ver um mundo ideal e vamos trabalhar no mundo real.
Um super-endividado precisa se conscientizar de que é um consumista e até procurar ajuda psicológica e médica. Outra forma de entender esse processo é ler, ler muito. Assim podemos refletir sobre esta louca sociedade de consumo. Poesia enaltece a alma e afaga esta ansiedade, tem sites gratuitos, bibliotecas públicas e livros para downloads na internet. Então até para ler bons autores você pode economizar. Quando repensamos nossos hábitos e damos importâncias aos valores universais como a arte, poesia e literatura, acredito que vai ficar mais cada dia mais prazeroso e menos doloroso este processo de “Desendividamento”.
Ouço frases como:
- Não sei pechinchar;
- Não sei negociar;
- Não sei calcular;
- Não sei contabilizar;
- Fico com medo do atendente;
- Só de ver o número do telefone do banco no visor do celular me dá depressão;
- Não consigo falar o que preciso;
- Fico muito nervosa quando vou ao Banco;
Já conversamos aqui que vergonha mesmo é não trabalhar e não correr atrás dos objetivos, ser inerte que deve matar alguém de vergonha. Pesquisar é muito importante, se você não sabe fazer essas complexas contas de juros use a Calculadora do Cidadão do Banco Central, ela é prática e muito útil. vergonha é não termos consciência de nossas profundas ignorâncias.
Se você está sem dinheiro, seu nome já está sujo e você tem taquicardia quando as ligações de cobrança tocam em seu celular, bloquei os números por um certo tempo. Logo eles vão te ligar de outro telefone mesmo, ganha-se um mês de paz para planejar os pagamentos, as negociações. (Risos)
Lembra daquela atividade extra? Aquele dinheirinho que você não estava contando? A devolução do Imposto de Renda, o décimo terceiro, o bico do fim de semana, da festa que você trabalhou? Este é um valor que você deve guardar para negociar suas dívidas. Não sair por aí gastando em festas e baladas.
Por ordem: primeiro as dívidas das pessoas físicas depois pessoas jurídicas. Pague ao vizinho ou parente que você comprou, após aos bancos.
Depois opte pela dívidas menores depois as maiores.
Veja os descontos das dívidas mais velhas, depois as mais novas, quanto mais tempo, mais desconto o banco lhe dá.
Opte pelas dívidas com maiores taxas de juros depois as menores.
As vezes embaralha mesmo, e então chega o momento de você desbloquear aqueles números e fazer uma espécie de leilão. Você tem 500 reais?Então quem aceitar 500 reais à vista, você paga. Ligue para os bancos e firmas de cobrança, eles mandam cartas, esteja com seu endereço atualizado para recebê-las. As atendentes sempre tem uma margem de negociação. Se você receber uma proposta de 550 reais á vista, ligue e tente baixar para 500 até conseguir. Como falamos anteriormente nos outros posts da série, quanto maior o tempo de inadimplência, maior o desconto, eles fazem cálculos estatísticos e matemáticos, mais tempo de dívida, menor a possibilidade do devedor pagar, aí os bancos fazem acordos extraordinários. Paciência e paciência. Cuidado com cobranças abusivas, frases do tipo: “vamos tomar tudo que você tem, vamos processar você, vamos penhorar seus bens imediatamente” podem ser punidas pela justiça, além disso ligações em horários impróprios, para o trabalho e para familiares também são ilegais.
Não gosta de falar pessoalmente, tem o feirão On Line Limpa Nome , assim você vê de forma automática suas dívidas e as propostas no conforto de sua casa.
Negociar as dívidas é uma forma de reduzi-las e não pagar tantos juros, tema da nossa conversa anterior.
Um acordo é sempre um bom negócio, costumo dizer aos clientes que ninguém perde, ninguém ganha a gente chega no meio da ponte e aperta as mãos, nos acomodamos. Nossa saúde financeira também.
Quando você quebrar esses malditos cartões de crédito, parar de comprar, tirar seu salário daquela conta corrente com limite, negativa de forma abominável(explicamos em posts anteriores este direito), enxugar as despesas fixas e da casa, sua vida vai mudar, o dinheiro vai começar a voltar para sua carteira.
Mas este é um hábito que deve permanecer sempre e sempre. Negociar dívidas, negociar compras, negociar propostas de aquisição de bens e serviços. Tudo que você já tem em casa também deve ser negociado. Renegocie o aluguel, baixe a conta de luz com economia ou ideias criativas, moradores do Rio podem até zerar a conta de luz entregando coleta seletiva . Baixe a conta de água com reuso e mudança de comportamento. Aproveite promoções nos mercados, compre em atacadistas e estoque quando tiver preços baixos, enfim, são muitas coisinhas do dia-a-dia e em algum momento o dinheiro terá de equilibrar.
Caso não ocorra você ainda tem algo sério a resolver. Você gasta mais do que ganha, você tem um nível de consumo incompatível com sua renda e isto é perigoso, é isto que leva ao super-endividamento. Ou você muda de hábitos, ou muda de profissão ou estará fadado ao divã de um psicólogo por muito tempo. Como preceitua a filósofa Hannah Arendt, você está no espaço da essência ou no espaço da aparência?
Calma, não estou pedindo que faça voto de pobreza, por que uma forma ou outra vivemos emergidos numa sociedade capitalista, mas a forma de você consumir precisa mudar, o que comprar? como comprar? por que comprar? quanto pagar? Depois deste susto todo, deste turbilhão todo, você sairá disso como alguém diferente.
Ficam nossas 7 dicas, sete artigos intensos sobre mudança comportamental. Não te aflijas pode demorar, mas aos pouco você passará de devedor para poupador. Acompanhem mais práticas de educação financeira na coluna Consumo Consciente em nosso blog.
Dica 1 – PARE DE COMPRAR
Dica 2- PARE DE CHORAR
Dica 3- PARE PARA PLANEJAR
Dica 4- PARE PARA POUPAR
Dica 5- PARE DE PAGAR JUROS
Dica 6- PARE DE PARCELAR
Dica 7- PARE PARA NEGOCIAR