O que a Chapada Diamantina Sul tem ?

O que a Chapada Diamantina Sul tem ?

Se você já foi 02, 05, 06 vezes na Chapada Diamantina, absoluta certeza que viu pouca coisa.

Como tudo aqui é longe, é possível que falte 70% do território para explorar.

Vou passar um roteiro de 5 dias que fiz para uma amiga e deu super certo, por que conheço as distâncias e os “cantinhos” escondidos deste paraíso, às vezes fico até com dó de contar pra vocês, por que o refúgio, não pode deixar de ser refúgio.

VIAGEM PARA Serra da Raposa + Ibicoara

1º DIA

(09:30)- saída de Ilhéus via BA 262- Uruçuca

Sugestão de almoço: Pitu em Jitaúna no Júlia e CIA

073-998041743

Segue estrada via Jequié – BR 330 – BA 026  – BA 142 via Ituaçu

Sigam por Ibicoara

Chegada – colheita de morangos orgânicos no Café Canjerana(muito bom para fazer sucos e tomar com espumante

Ida para Raposa antes do anoitecer – Ibicoara- Campo Redondo- Raposa

Parada no mirante da Raposa(banco com vista bem legal, principalmente no por do sol)

17:30 – check- in Chalé das Mangabas

Contemplação da LUA e estrelas; é acompanhar o por do sol e ver a mágica acontecer no Paredão da Serra da Raposa com direito a fogo de chão, roda de fogueira, carta de vinhos selecionados e até jantar romãntico.

2º DIA

09:00 – saída para a Cachoeira do Buracão- Parque Municipal do Rio Espalhado

              Levar Kit lanche e agendar com guia com antecedência

09:30- Café da Manhã na PADOCA e encontro com o guia/condutor

             Dia inteiro no Buracão e ainda ver o Por do Sol no Mirante do campo redondo + tirolesa

Comer pastel de Jaca ou jantar no Bistrô A Camponesa

Opte por encaixar o Buracão em dia de semana, por que sábado, domingo e feriados tem muita gente.

3º DIA

Trilha da Cachoeira do Licuri (Nível leve e aut-guiada) , são 08 km do Chalé das Mangabas. Você chega na entrada de carro, paga aluguel de um colete e caminha cerca de 20 minutos ou a Trilha das pinturas Rupestres ou Cachoeira da Vendinha (nível médio tem de levar lanche  ir com guia) – saída à pé pelo Chalé das Mangabas, é um passeio bem exclusivo e pode agendar tudo com a Taliva e o Romário, são irmãos e moradores locais.

Levar kit lanche e sair mais cedo por causa do sol

Almoço na casa dos nativos – Galinha Caipira com Godó ou palma (reservar com Taliva ou Dona Neia )

De tarde ainda dá para ir no Poço do Rio da Raposa , em que você chega de carro,  tem apenas 1 escada para descer ou fazer passeio de Ebike com Bike Lodge .

4º DIA

Acordar mais tarde e andar pelos arredores do Chalés das Mangabas

12:00 – almoço na vinícola UVVA (reservar pelo Whatsapp) – Sugestão Carne de Sol de Cordeiro

14:30 – tour completo na UVVA

Por do sol na Uvva e wine bar

(Obs: eles são super rigorosos com horário, se agendar tem de chegar mais cedo)

17:00 – andar pelas ruas de Mucugê, visitar lojinhas

19:00 – jantar no Odeon Bistrô que tem um arroz vermelho muito bom

5º DIA

Retorno para Ilhéus via Jequy (estrada de chão )

– Seguir na casa de cultura para Direita

– Povoado do Campo do Meio

– Povoado do Jequy – tem a linha do trem e casas centenárias

– Povoado do Cobreiro

– Iramaia

– BR 330

 É estrada de Chão, mas pensa uma caatinga LINDA , ESSE CAMINHO É UMA AVENTURA EM SI

BAIXE SEMPRE O MAPA OFF LINE e na dúvida pergunte nas casas, Iramaia, é um deserto populacional

Quer ver fotos de todo esse passeio ? Ficou curioso ? Segue lá @chaledasmangabas

Deixei apenas texto para facilitar você copiar e adaptar. Os hóspedes do Chalé das Mangabas recebem um guia de boas-vindas em PDF com todas as informações detalhadas e contatos de cada guia e morador, clique aqui para reservas.

Leia também : Como é o Povoado da Raposa

Aniversário na Vinícola Uvva – como foi

Iramaia também é Chapada Diamantina

Bistrô da Onça – para além do Vale do Capão

Bistrô da Onça – para além do Vale do Capão

Tempos que não tinha uma experiência gastronômica tão intensa.

E foi muito especial, por que nasci em Seabra na Chapada Diamantina, região belíssima no Centro da Bahia, nem sempre fácil de chegar e que já falei aqui sobre os caminhos.

Paraíso de Cachoeiras, trilhas, montanhas e paisagens deslumbrantes. De um povo criativo e uma culinária riquíssima.

Visitando os familiares na semana Santa, meu adorado primo agendou um almoço no Bistrô da Onça. Disse que eu iria gostar muito, que estava viajando demais para o exterior e precisava redescobrir a Chapada. Em parte tinha razão, por que estamos desbravando terras estrangeiras , contudo me sinto cidadã no mundo, onde estas fronteiras não existem.

11 horas da manhã saímos de Seabra, rumo 38 km para Palmeiras, via BR 242. Quem já está no Vale do Capão precisará de carro ou transfer.

Meu primo ia me contando no caminho e eu ficava cada vez mais ansiosa. Conhecer um restaurante no meio do mato, numa serra, ele me alertou: – comida vegetariana viu? mas se come muito.

Eu adoro comida vegana e vegetariana, aliás adoramos comer, o que importa é está gostosa. Como ele já tinha ido com a esposa outras vezes foram rasgando elogios aos donos.

Quando chegamos em Palmeiras, cidade que adoro e tem a casa mais linda da Chapada(no meu modesto entendimento), seguimos a sinalização no sentido do Capão. Quando termina o calçamento terá uma placa, então vire à DIREITA :

Resultado de imagem para vale do capão guine placa

foto: seligachapada.com.br

São mais 08 km adentro de estrada de chão. Carros muito baixos podem ter dificuldade.

É aparentemente longe, meio do mato, mas vale cada minuto da jornada.

Começam as placas do Bistrô da Onça, tem muitas indicações, até chegar no estacionamento.  Nosite do restaurante tem tudo bem descrito, não tem dificuldade.

A chegada já é uma surpresa, pois tem de deixar o carro 250 metros antes e ir andando. Você conhecerá a Horta orgânica, sintrópica de onde vem praticamente tudo que é servido nas mesas. Curiosa que sou, entrei e vi tudo, os processos agroecológicos, identifiquei um montão de coisas legais, a cobertura vegetal com palha de arroz vermelho, a cerca verde de palma, o galinheiro, as plantas misturadas seguindo a lógica da sintropia. Nem conversei sobre isso com os proprietários, espero estar certa… encontrar restaurantes que pensem em sustentabilidade é sempre um prazer, já escrevemo sobre este tema.

Só com reserva via Zap ou Facebook por que são apenas 4 mesas, tudo muito exclusivo e preparado na hora.

Amando tudo, desde a entrada, a casa numa arquitetura que dialoga com a mata, com a natureza,  banheiro todo aberto com vista para a serra.

Adega com rótulos incríveis e baratos, em comparação à distância, 100, 120 reais e aceita cartão. Pois é, lá nomeio da serra, a internet e a tecnologia nos unindo a Carlos e Jeff. Os proprietários e chefs que fazem tudo ali mesmo numa cozinha aberta. Nem vou colocar tantas fotos que é para não estragar o momento.

Queria comer daquela forma todos os dias, quanto primor, beleza, bom gosto, sabor intenso e marcante. AMAMOS!! Toda vez que for em Seabra terei de reservar um dia lá. Você que vai pro Vale do Capão, é perto  e incrível, aluga um carro por 1 dia, contrata um transfer, ajusta horários, por que é um passeio imperdível para tarde toda. Chegamos por volta das 13:00 e só saímos 16:40. Aliás alugar um carro para visitar a Chapada é providencial por que te dá muito mais mobilidade  para percorrer a zona rural de diversas cidades.

Como foram os pratos:

  • Chá gelado à vontade
  • Entrada/aperitivos
  • Sopa 
  • Salada com folhas e flores colhidos na hora 
  • Prato principal com pão Chapati  
  • Sobremesa
  • Claro- um bom brinde com vinho Argentino para homenagear o Carlos, que saiu da Argentina e veio nos presentear com tamanho bom gosto.

Ainda estou com os sabores e aromas na mente, impregnados. O cardápio depende da estação, da sazonalidade, tudo ali respeita a natureza e o ciclo da vida. Imagina minha angústia em saber que cada vez que formos terá pratos diferentes, minha nossa !!! A memória gustativa é algo muito forte e intenso, a salada com mostarda negra crocante e molho de vinagre de abacaxi e mostarda artesanal, me marcou muito. Também a sopa de cenoura que conseguiu ser tão boa quanto a da Bar Sete Maravilhas no Porto que já contei aqui.

O banheiro é um espetáculo a parte, a casa, a vista, a visão panorâmica da serra da Guiné, entrada para o Vale do Pati. Tudo perfeito. Na porta vimos uma revista aberta, da Azul. Adoro revista de avião, a gente descobre muita coisa escondidinha e tinha uma reportagem belíssima sobre o Bistrô da Onça, que você pode acessar aqui.

Últimas informações, como os donos trabalham sozinhos é preciso verificar antes os dias de funcionamento, em março de 2018 quando estivemos lá só funcionava de quinta à domingo. Tem de reservar pelo Zap ou Facebook, ligue antes para não haver imprevistos. Aberto apenas para almoço. Valor fixo por pessoa é de 100 reais em 2018.(vale cada centavo, muita comida de excelente qualidade – gente COMI DEMAIS). Aceita cartão de débito ou crédito. Comida Vegetariana, mas acredite você nem sentirá falta da carne. Nada como tirar 1 dia e comer algo diferente e muito saudável. A Chapada Diamantina é muito grande e diversa. Vale do capão é muito mais que somente a Vila. A Guiné tem seus encantos de vilarejo pequeno e agora tem restaurante digno de qualquer capital. Aventure-se para além do básico e #botarodinhanospés

Leia também : Caminhos para Chapada Diamantina- rodovias pela Bahia

                           Restaurantes e Sustentabilidade

                           Dicas de Ilhéus- curtindo as prais no verão

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