Bistrô da Onça – para além do Vale do Capão

Bistrô da Onça – para além do Vale do Capão

Tempos que não tinha uma experiência gastronômica tão intensa.

E foi muito especial, por que nasci em Seabra na Chapada Diamantina, região belíssima no Centro da Bahia, nem sempre fácil de chegar e que já falei aqui sobre os caminhos.

Paraíso de Cachoeiras, trilhas, montanhas e paisagens deslumbrantes. De um povo criativo e uma culinária riquíssima.

Visitando os familiares na semana Santa, meu adorado primo agendou um almoço no Bistrô da Onça. Disse que eu iria gostar muito, que estava viajando demais para o exterior e precisava redescobrir a Chapada. Em parte tinha razão, por que estamos desbravando terras estrangeiras , contudo me sinto cidadã no mundo, onde estas fronteiras não existem.

11 horas da manhã saímos de Seabra, rumo 38 km para Palmeiras, via BR 242. Quem já está no Vale do Capão precisará de carro ou transfer.

Meu primo ia me contando no caminho e eu ficava cada vez mais ansiosa. Conhecer um restaurante no meio do mato, numa serra, ele me alertou: – comida vegetariana viu? mas se come muito.

Eu adoro comida vegana e vegetariana, aliás adoramos comer, o que importa é está gostosa. Como ele já tinha ido com a esposa outras vezes foram rasgando elogios aos donos.

Quando chegamos em Palmeiras, cidade que adoro e tem a casa mais linda da Chapada(no meu modesto entendimento), seguimos a sinalização no sentido do Capão. Quando termina o calçamento terá uma placa, então vire à DIREITA :

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foto: seligachapada.com.br

São mais 08 km adentro de estrada de chão. Carros muito baixos podem ter dificuldade.

É aparentemente longe, meio do mato, mas vale cada minuto da jornada.

Começam as placas do Bistrô da Onça, tem muitas indicações, até chegar no estacionamento.  Nosite do restaurante tem tudo bem descrito, não tem dificuldade.

A chegada já é uma surpresa, pois tem de deixar o carro 250 metros antes e ir andando. Você conhecerá a Horta orgânica, sintrópica de onde vem praticamente tudo que é servido nas mesas. Curiosa que sou, entrei e vi tudo, os processos agroecológicos, identifiquei um montão de coisas legais, a cobertura vegetal com palha de arroz vermelho, a cerca verde de palma, o galinheiro, as plantas misturadas seguindo a lógica da sintropia. Nem conversei sobre isso com os proprietários, espero estar certa… encontrar restaurantes que pensem em sustentabilidade é sempre um prazer, já escrevemo sobre este tema.

Só com reserva via Zap ou Facebook por que são apenas 4 mesas, tudo muito exclusivo e preparado na hora.

Amando tudo, desde a entrada, a casa numa arquitetura que dialoga com a mata, com a natureza,  banheiro todo aberto com vista para a serra.

Adega com rótulos incríveis e baratos, em comparação à distância, 100, 120 reais e aceita cartão. Pois é, lá nomeio da serra, a internet e a tecnologia nos unindo a Carlos e Jeff. Os proprietários e chefs que fazem tudo ali mesmo numa cozinha aberta. Nem vou colocar tantas fotos que é para não estragar o momento.

Queria comer daquela forma todos os dias, quanto primor, beleza, bom gosto, sabor intenso e marcante. AMAMOS!! Toda vez que for em Seabra terei de reservar um dia lá. Você que vai pro Vale do Capão, é perto  e incrível, aluga um carro por 1 dia, contrata um transfer, ajusta horários, por que é um passeio imperdível para tarde toda. Chegamos por volta das 13:00 e só saímos 16:40. Aliás alugar um carro para visitar a Chapada é providencial por que te dá muito mais mobilidade  para percorrer a zona rural de diversas cidades.

Como foram os pratos:

  • Chá gelado à vontade
  • Entrada/aperitivos
  • Sopa 
  • Salada com folhas e flores colhidos na hora 
  • Prato principal com pão Chapati  
  • Sobremesa
  • Claro- um bom brinde com vinho Argentino para homenagear o Carlos, que saiu da Argentina e veio nos presentear com tamanho bom gosto.

Ainda estou com os sabores e aromas na mente, impregnados. O cardápio depende da estação, da sazonalidade, tudo ali respeita a natureza e o ciclo da vida. Imagina minha angústia em saber que cada vez que formos terá pratos diferentes, minha nossa !!! A memória gustativa é algo muito forte e intenso, a salada com mostarda negra crocante e molho de vinagre de abacaxi e mostarda artesanal, me marcou muito. Também a sopa de cenoura que conseguiu ser tão boa quanto a da Bar Sete Maravilhas no Porto que já contei aqui.

O banheiro é um espetáculo a parte, a casa, a vista, a visão panorâmica da serra da Guiné, entrada para o Vale do Pati. Tudo perfeito. Na porta vimos uma revista aberta, da Azul. Adoro revista de avião, a gente descobre muita coisa escondidinha e tinha uma reportagem belíssima sobre o Bistrô da Onça, que você pode acessar aqui.

Últimas informações, como os donos trabalham sozinhos é preciso verificar antes os dias de funcionamento, em março de 2018 quando estivemos lá só funcionava de quinta à domingo. Tem de reservar pelo Zap ou Facebook, ligue antes para não haver imprevistos. Aberto apenas para almoço. Valor fixo por pessoa é de 100 reais em 2018.(vale cada centavo, muita comida de excelente qualidade – gente COMI DEMAIS). Aceita cartão de débito ou crédito. Comida Vegetariana, mas acredite você nem sentirá falta da carne. Nada como tirar 1 dia e comer algo diferente e muito saudável. A Chapada Diamantina é muito grande e diversa. Vale do capão é muito mais que somente a Vila. A Guiné tem seus encantos de vilarejo pequeno e agora tem restaurante digno de qualquer capital. Aventure-se para além do básico e #botarodinhanospés

Leia também : Caminhos para Chapada Diamantina- rodovias pela Bahia

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Caminhos para Chapada Diamantina

Caminhos para Chapada Diamantina

Do Sul da Bahia ao Centro- os caminhos para Chapada Diamantina

Por Jurema Cintra Barreto

Advogada, amante de viagens e natural desta terra maravilhosa


 

Região pouco conhecida até mesmo para baianos, a Chapada Diamantina é um dos  paraíso da Bahia. São dezenas de municípios com belezas naturais e culturais incríveis.

Sou sertaneja de Seabra, uma cidade no centro geográfico da Bahia, amigos sempre me perguntam como ir até lá, qual melhor época do ano, como está a estrada. Parece muito longe mas não é tanto assim.

Então vamos as dicas de como fazer dois caminhos até Lençóis, cidade histórica famosa por suas cachoeiras,  pela preservação do patrimônio arquitetônico e pela extração de diamante.

ROTEIRO 1 – MAIS RÁPIDO

Partindo de Itabuna ou Ilhéus, o primeiro trecho é descer a BR 101 até a entrada para Ubatã.

Passaremos por Ubaitaba e Aurelino Leal, após 3 km, virar à esquerda na BR 330 que liga Ubatã á Jequié.

O trecho está um pouco esburacado, então atenção redobrada, além de ser muito sinuosa, com curvas e locais sem sinalização.

Em Jequié cuidado com o anel de contorno está totalmente deteriorado o asfalto e sem sinalização, de noite pode ser muito perigoso, mesmo demorando mais um pouco vá por dentro da cidade, para chegar a BR 116.

Na BR 116 desça no sentido Salvador,  o percurso tem muitos caminhões, mas a rodovia tem vários trechos duplicados, principalmente em subidas o que otimiza a viagem, por estar privatizada você passará por um Pedágio da VIA BAHIA, colocamos o aparelho do SEM PARAR para facilitar nossas viagens, pois também é aceito em todo o Brasil.

Como no Sul da Bahia não tem rodovia privatizada não tem postos de venda, mas no Posto Elite, é bem grande sinalizado logo você verá. Em dias de feriado o aparelho é muito útil.

Atenção em Milagres, depois de 2 km, logo após o Posto da Polícia Rodoviária Federal você irá virar à esquerda para a BA 046, trecho entre Milagres à Iaçu e Itaberaba. Tem um contorno, mas de noite pode não ficar tão visível. O asfalto está novo, rodovia bem sinalizada  mas muito vazia. 3km antes de Iaçu você poderá almoçar num sítio-restaurante muito bom, tem várias placas.

 

De Iaçu para Itaberaba é um trecho pequeno, mas estrada é um pouco antiga, cuidado com animais na pista e transeuntes.

Em Itaberaba siga a sinalização até a BR 242, siga no sentido Brasília, aí serão muitos trechos sinuosos e perigosos, respeite a sinalização e avisos de diminuição de velocidade. Não terão muitos postos de gasolina, já que a próxima cidade na BR será Seabra após 200 km praticamente, então encha o tanque, até mesmo por que Lençóis tem gasolina muito cara.

Após 140 km, verá as placas de sinalização e vire a esquerda par Lençóis, são 12 km da entrada da BR até a cidade, trecho sinuoso e sem acostamento.

Pronto, em 7 à 8 horas você chegará numa bela região a ser explorada. Muitos Hotéis e pousadas oferecem de luxo à simplicidade. De Lençóis você parte para diversos passeios em outros municípios e na Zona Rural, então guia é fundamental para algumas trilhas e caminhadas.

 

rota- itabuna- lençóis

ROTEIRO 2 – MAIS CIDADES

 

Acordar bem cedo e pé na estrada, este roteiro é mais longo, uma meia-volta na Bahia, mas as paisagens são de tirar o fôlego.

O primeiro trecho é igual até Jequié como narramos acima, mas ao entrar pela cidade siga direto (não vá pelo anel de contorno), no final do perímetro urbano você verá a BR 116, cruze e continue na BR 330, via Pé de Serra. Siga 174 km pela BA até Barra da Estiva atravessando a Serra do Sincorá.

Chegue até Barra da Estiva. Nesta pequena cidade você pode tirar fotos deslumbrantes no mirante do Morro da Torre de TV, se prepare para ver do alto boa parte da Chapada Diamantina. Restaurantes de comida caseira  e pequenas churrascarias são ideais para o almoço.

Siga 84 km, pela BA 142 até Mucugê. Verá logo um cemitério Bizantino com seus túmulos brancos em cima das pedras, bem diferente e de grande riqueza cultural para a região.

Continue na BA 142 no sentido Andaraí mas atenção que o trecho é bastante sinuoso.  Cerca de 18 km verá as placas para Igatu(virar à esquerda). É uma pequena vila, distrito de Andaraí que abriga belas cachoeiras, pousadas aconchegantes e culinária regional. Provar o cortado de palma e o Godó(ensopado de banana dágua verde- calma é prato salgado) é obrigatório.  O trecho da BA até a vila é todo de pedra por onde escoava a produção de diamantes, esta vila que parece ter parado na década de 30 tem ótimos restaurantes e com clima agradável, um vinho de noite é pedida certa. Não esqueça de reservar Pousada com antecedência, o local é bem pequeno e  tem poucos leitos. Pequena de tamanho, mas imenso de riquezas, de manhã vale o passeio em cachoeiras e na grutas dos diamantes de Igatu.

Almoce e siga seu caminho de volta pela estrada de pedras até Andaraí, daí serão mais 100 km até seu destino final.

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Primeiro continue pela BA 142, até encontrar a BR 242, siga pela esquerda; siga mais 35 km na BR até ver as placas de Lençóis, vire à esquerda e cuidado por o trevo é meio complicado, serão mais 12 km de trecho sinuoso e sem acostamento, redobre a atenção.

Quer reservar agora sua acomodação para Lençóis  acesse aqui