Iramaia também é Chapada Diamantina

Iramaia também é Chapada Diamantina

Vi essa Hastags em alguns posts no Instagram e 01 ano e meio depois de ter ido pela primeira vez na cidade estou aqui para compartilhar tudinho com vocês. #iramaiatambemechapada

Iramaia, é um dos municípios da Bahia que em pleno 2021 não tem asfalto, acreditam??? Apesar de ter linha de trem cruzando toda a Chapada ela só atende aos interesses de empresas mineradoras e esperamos que isso acabe. Não ter estrada asfaltada até a sede do Município é no mínimo um descaso com a população.

Pois bem, a logística para chegar lá não é fácil, mas vale cada minuto de esforço.

Aquela Chapada Diamantina raiz, inexplorada, cheia de cultura e identidade. O melhor sempre é ir de carro, e se você vai alugar, não esqueça de clicar aqui e fazer a melhor cotação.

Saímos de Ilhéus às 08:00 e esse foi nosso roteiro:

Ilhéus

BA- Uruçuca

BR 101 até trevo de Ubatã

BR 330 até Jequié

Segue essa mesma BR até Pé de Serra

BA 260- entroncamento com Pouso Alegre (Maracás)

Tem placa de Iramaia, aí serão mais 47 km de estrada de chão

Novo Acre ou Jequy

(quando chegar no cruzeiro vire TUDO À ESQUERDA, cuidado que são 3 caminhos)

Campo do Meio

Povoado da Raposa

Esta estrada tem muita pedra, então cuidado com seus pneus

Se escolher um caminho mais curto, não esqueça de pedir informações pelo caminho e estar com seu tanque do carro cheio… em hipótese alguma saia do asfalto sem estar de tanque cheio, só terá posto em Iramaia, 47 km depois.

Fomos em janeiro pelo Contestado.

Ao invés de entrar pela placa de Iramaia, passa o posto de gasolina, somente depois de vira a primeira à esquerda.

Seguir 14 km até Cruzlândia ou Povoado da Placa

Quando ver uma placa Iramaia à direita, não entre, siga direto no sentido Mucugê, Andaraí

Subirá a Serra do Contestado

Depois chegará no Jequy ou Novo Acre

Campo do Meio

Povoado da Raposa

Quem vem de Salvador, é muito mais fácil e menos trabalhoso, pois faz Salvador até Milagres via BR 324 – Paraguaçu e BR 116, vira Direita para Iaçu, Marcionílio Souza , Itaetê ou Iramaia – Jequy- Campo do Meio Raposa. Ou até mesmo descer de asfalto até Ibicoara e pegar estrada de chão de apenas 14 km até o Povoado da Raposa.

Povoado Novo Acre ou Jequy

Bem, de onde você estiver, sempre consulte antes um guia ou a Pousada que te enviará uma localização no GPS que ajudará demais.

Chegamos no Povoado da Raposa já 15:30 pois nosso pneu cortou exatamente na frente da Borracharia.

Nos hospedamos na Pousada da Raposa, uma delícia e os proprietários mantém uma Agrofloresta ao seu redor. Contato 077-81099140, falar com Rosane que é uma simpatia.

Preço é por pessoa e com café da manhã. A pousada serve almoço e jantar, cardápio enxuto mas tudo absolutamente bem feito e delicioso, prove com certeza o escondidinho de carne do sol que é dos deuses.

Também existem mais 1 tipo de hospedagem nos chalés de dona Rita, que possui chalés menores e uma casa bem grande que acolhe até 13 pessoas, pensa numa vista deslumbrante. Contato 077- 88712474

Comida no povoado tem de ser sempre encomendada antes, os moradores fazem aquela galinha caipira esperta ou carne do sol e claro cortado de palma e godó . Procurar Dona Néia na Casa Rosa. Contato 077-81382094.

Todos esses telefones são de Whatsapp e tem de ligar pelo aplicativo pois lá não tem sinal de celular, mas tem internet rural e pega direitinho. Você já chega na casa do povo e vão logo te oferecendo o Wi-Fi.

Como tudo aqui é longe, é preciso de um guia, agende antes as Cachoeiras, Pintura Rupestres e povoados com os guias locais, indico três, no Povoado da Raposa, o nosso vizinho Adão : Contato 077-81315732 e Romário : 077-81196298. Se você vem por Ibicoara e quer fazer uma base lá, procure Roney : contato 077 81493344, mas com certeza vale passar pelo menos 1 ou 2 dias de dormida no Povoado da Raposa, pois você pode fazer a Cachoeira do Licuri e raízes em 1 dia e no outro sair cedo para ver as Pinturas Rupestres e Cachoeira da Vendinha sem se cansar tanto com idas e vindas pelas estradas de chão.

Os guias sabem as melhores paradas, pontos de alimentação e conhecem a comunidade, você desfruta muito mais.

Quase todos aceitam PIX, e é o máximo, mas é sempre bom estar com dinheiro vivo em mãos.

Nos próximos post falarei de cada passeio e se você ficou interessado não deixe de nos seguir no Instagram: @juremacintra

Leia também: Ibicoara- Chapada Diamantina ainda inexplorada

Caminhos pra Chapada Diamantina

IBICOARA – Chapada Diamantina ainda inexplorada

IBICOARA – Chapada Diamantina ainda inexplorada

Já falei em outros artigos que eu sou da Chapada Diamantina, nasci em Seabra e há 20 anos estou em Ilhéus, vim estudar Direito e virei papa-jaca de coração e até título de cidadã de Itabuna já recebi.

Pois bem, a Chapada Diamantina é imensa. Nem pense que 1 viagem você terá um panorama, e o legal é isso , saber que dá para voltar várias vezes e fazer coisas absolutamente diferentes.

Esse ano meus primos foram meus guias. Convite para ir em Ibicoara. Confesso que eu nem sabia onde tava no mapa, quando eu digo que é imensa, é imensa mesmo.

Mas já tinha visto umas fotos da Cachoeira do Buracão. Fui no escuro. Pesquisei no Instagram e quase nada aparecia. Que mistério era esse???? hoje com internet, tudo está tão exposto… então fomos. Vou separar este artigo em CAMINHOS(deslocamento), PASSEIOS e DICAS básicas.

CAMINHOS PARA IBICOARA

Como disse , estávamos em Seabra e de caminhonete. Isto facilitou nossas vidas. Fomos até Palmeiras, na placa que tem Capão esquerda, você vira à direita, sentido Guiné.

Ô viagem linda, vamos acompanhando a serra do Sincorá, tangenciando-a, é bonito demais. Mas é estrada de terra e se chover, estar numa caminhonete ou carrinho mais valente é fundamental, tipo Uno, Gol. Ver a previsão do tempo érelevante.

Depois chegamos na estrada asfaltada de novo (BA 142) e seguimos as placas. Deu umas 3 horas de viagem , contando paradas .

Se você vai chegar de avião em Lençóis, pode fazer vários passeios ao redor da cidade e depois alugar um carro ou seguir com alguma agência de turismo que faz Cachoeira do Buracão Bate-volta. Indico sinceramente que você vá e durma alguns dias em Ibicoara.

Chegando pelo AEROPORTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA me parece a melhor opção. Alugando um carro são apenas 3 horas de viagem em estrada tranquila e vazia. Alguns buracos apenas. é O LADO SUDOESTE da Chapada. Dá para fazer Itaetê, Iramaia, Mucugê, Andarái, Ibicoara, fugindo um pouco do circuito Lençois/Palmeiras/Capão/Iraquara.

Quem estiver no modo econômico tem ônibus saindo todos os dias de Vitória da Conquista para Ibicoara pela Empresa Emtram, custa 22,89 e são 04:30 de viagem,mas vejam os horários.

De Salvador, são mais de 10 horas de viagem e ao que parece só tem ônibus 1 vez por semana da Emtram também.

No Site da empresa terá dificuldades, então a melhor certeza é comprando pessoalmente na rodoviária de Salvador a ida e volta.

Diante de todas estas questões, se você for sem carro terá de pagar mais caro às agências, é que recomendo chamar 3 amigos, alugar um carro e partir para Ibicoara, naquele clima de amizade maravilhosa, isto facilitará sua viagem. Deixa 1 vaga no carro para o guia.

Quem vem de outras cidades é olhar o Mapa e se planejar pelos locais asfaltados. Pergunte ao guia previamente contratado, ele sempre te ajudará neste planejamento.

PASSEIOS

Fizemos 4 cachoeiras e este é ponto forte do Município. Ibicoara não tem acervo arquitetônico, nem uma cidade badalada. É um local simples, de hábitos simples, uma pracinha , mas com um agronegócio potente (farei as críticas ambientais depois). Não terá badalação à noite, nem ruas histórias com casarões como Lençóis.

Confesso que de início achei furada e depois de 4 dias estou louca para voltar, naquela Chapada Diamantina autêntica, sem fake news, sem estrangeirismos, sem coisas para inglês ver, sem misticismos inventados ou importados. Aquele povo rural simples e desbravador. IBICOARA é uma pérola a ser descoberta.

Fizemos 4 cachoeiras em 4 dias e foi excelente, pois são passeios longos e cansativos, porém revigorantes.

Chegamos em Ibicoara às 11h. Um lanche reforçado na Padaria e seguimos para

CACHOEIRA do Rio Preto. Nível de Dificuldade Médio.

Trilha Curta 2,5 km, mas subidas e descidas puxadinhas.

Mato fechado em alguns trechos e um Poço só nosso. Inacreditável como você pode estar na alta estação, em pleno 27 dezembro e ainda assim o poço estar vazio, só você e seu grupo e mais ninguém. Isto é Ibicoara: exclusividade nos passeios. Locais pitorescos inexplorados, e tranquilidade no passeio.

Confesso que tô sem disposição para praia lotada e engarrafada como Ilhéus.

Segundo nosso guia, a trilha do Rio preto era um treino para Fumacinha. Acredite, ninguém está reparado para aquilo.

Fomos e voltamos da cachoeira do Rio Preto e de noite jantar na Pizzaria Terra Mater. Paixão a primeira vista, um casal fantástico que produz tudo de forma orgânica e sintrópica. Rúcula e manjericão colhidos na hora de fazer a pizza com massa integral, isto é LUXO para mim. E só soubemos deste cantinho escondido graças ao nosso guia Roney Turismo… ainda falarei mais dele.

Dormimos em Ibicoara, em casa alugada pelo nosso guia. Éramos 7 pessoas e saiu MUITO em conta o aluguel da casa super equipada.

Acordamos mais tarde, tomamos café na padaria, super barata e gostosa e seguimos para o BURACÃO.

CACHOEIRA DO BURACÃO

Chegamos 11 horas da manhã, pois arrumamos toda nossa bagagem no carro e fomos tomar café.

30 km de estrada de chão e chegamos no Buracão. Parque Municipal do Espalhado e só pode entrar com guia, 6 reais por pessoa.

Desde o início tudo lindo. Um caminho de pés de mangabas, tem coisa melhor que fruta silvestre co caminho da trilha??? . Balançava cada pé para cair o fruto doce.

Paradas estratégicas no caminho, fotos e o ponto máximo, local do rapel e ponto de fotos da Cachoeira do Buracão por cima. Surreal de lindo. Mágico.

O parque municipal tem banheiros na entrada, estacionamento montado e no caminho tem escadas interessantes que você desce de frente, diz a lenda que foi Santos Dumont que inventou aquele modelo.

Depois da última descida, o cânion de acesso ao buracão, ou vc atravessa por um pau atravessado pelos dois lados(pinguela), ou vai de colete nadando, tudo já está disponível lá, sem custos adicionais.

Surreal de lindo. Surreal as fotos. Surreal a energia daquele local.

Paramos para lanchar, armamos a tenda, digo canga, com frutas, farofa, pão, ovo, cenoura, beterraba, azeite, cebola, ralamos tudo, misturamos e todo mundo olhava a cena : “Buracão Gourmet”.

Desarmamos o circo e preparativos para retorno, parada na Cachoeiras das Orquídeas para banho e fotinhos lindas, segunda parada no Poço grande, no pôr-do-sol, coisa linda de ver e sentir.

Saímos de noite, no escuro e dormimos no Brejão na Pousada da Val, comunidade rural, bem perto da entrada da Cachoeira da Fumacinha. Foi providencial. Nosso guia conseguiu reservar tudo antes.

Chegamos no restaurante da VAL e tinha uma janta boa, muito apetitosa. Fartura, gostosura. Tudo bom e barato. Aquele carinho típico das comunidades rurais.

CACHOEIRA DA FUMACINHA

Dormimos bem na pousada da Val. Acordamos cedinho. Fumacinha tinha de ser café às 07:00 impreterivelmente.

Tudo corria bem. Chegamos na entrada da trilha, que era bem perto da pousada.

Início da trilha da Fumacinha- 18 km ida e volta

Juro que nos primeiros 30 minutos senti uma prostração, achei que não ia conseguir, quase desisti. Eu fiquei por último na fila de 09 pessoas. Tinha mais 1 casal de São Paulo com nosso grupo, acolhido pelo guia Roney.

Acho que o guia sentiu e me chamou para frente. Bem Atrás dele, tudo que ele fazia eu repetia sem pensar muito. E foi minha salvação.

A trilha é PESADA, nível difícil, muitos obstáculos, atravessar por pedras, subir em galho de árvore, raiz, pular, andar em pedra com limo, fazer pêndulo com o corpo.

Algumas paradas estratégicas para beber água e se banhar. Fizemos em 4 horas e 30 minutos. Confesso que eu devo ter atrasado o grupo e muito.

Mas também tivemos tempo de admirar as incríveis paisagens pelos paredões de pedra, pelo leito do Rio, pela Mata Atlântica fechada em pleno centro da Bahia.

Chegando na Fumacinha, a entrada é sinistra só de olhar. Tem de escalar, fazer pêndulo, se apoiar sem nenhuma segurança, é uma aventura surreal(palavra que vou repetir pois é a melhor definição). Eu nem acreditava naquilo, talvez se me contassem antes eu não teria ido. Ainda bem que não me contaram e que eu FUI. Não desista jamais. Daquelas aventuras de fazer 1 vez na vida.

MAS VALEU CADA IGNORÂNCIA MINHA. A Fumacinha é algo surreal, é alucinante, é desesperador, é “hollywoodiana”, é Avatar, é Bahia, é tudo de mágico. É quase indescritível. E se você desanimou pelas dificuldades que relatei , nem pensa nisso, abstrai e vem. Cada hora de esforço vale a pena para chegar ali.

Ibicoara – Cachoeira da Fumacinha. Foto @juremacintra Modelo @adrianebarretoo

ODE À FUMACINHA

Todo o cansaço vira torpor.

Toda angústia vira paixão.

Todo medo da caminhada vira excitação.

Todo calor do corpo vira alívio ao nadar no poço gélido.

Todo gelo vira descanso.

Toda ansiedade vira realização.

Chegar na Fumacinha é poético, virulento, romântico.

Por Jurema Cintra @juremacintra

Lanchamos lá. Rolou “Fumacinha Gourmet ” também.

Na Volta choveu e deu medinho, pois as pedras estavam lisas, escorregadias e aí quero falar do profissionalismo do nosso Guia Roney da RADICAL Chapada, o controle emocional, a experiência dele, o modo de agir e falar foi reconhecido por todos, na chegada fiz discursos e teve Palmas, merecidas .

Chegamos no carro já de noite, foi quase 1 hora de trilha no escuro, mas no ponto mais “light” digamos assim, por dentro da Mata , tudo plano. Levamos lanternas e a luz do celular ajudou também. Me lembro que na primeira hora do dia Roney falou:

-celulares carregados, em modo avião para não gastar a bateria???

Dito e certo, por isso uma lanterna faz diferença, dá trabalho segurar celular, andar de noite e ter cuidado durante a trilha, lanterna que pode pendurar é muito útil, ou aquela de cabeça. Andar no mato de noitinha, no entardecer é lindo, ouvir os bichos, e a luz da lua deixava o céu incrível, foi muito romântico.

Enfim chegamos ao carro, tomamos caldo de cana, depois um merecido banho, eu nunca tinha ficado tão suja numa trilha, a água saia preta, sem bucha de banho improvisei com a calcinha mesmo. Esfregava no corpo com sabão e saia sujeira demais, estava de corpo e alma lavada; a Val fez uma jantar perfeito com muita comida regional, Godó(cortadinho de bana dágua verde), cortadinho de palma, galinha caipira, comida dos deuses, ou melhor dos trilheiros amadores que desafiaram a Fumacinha e venceram.

CACHOEIRA DO VÉU DE NOIVA

Dormimos na comunidade de Brejão de Novo, na Pousada da Val, e foi ótimo, por que Véu de noiva é no mesmo caminho que Fumacinha, só que na Bifurcação seguimos para esquerda.

Encontramos 2 rapazes sem guia perguntando da Fumacinha às 10 da manhã. Ir sem guia na Fumacinha é uma LOUCURA que não recomendo nem para inimigo. Com chuvas, as pedras devem ter mudado de lugar, pensa só, não tem marcação, é muito difícil achar as passagens e entradas pela mata. Explicado isso eles retrocederam e os guias só recomendam começar a trilha no máximo 09 da manhã, pois não tem como voltar de noite, o caminho é longo e perigoso.

Seguimos para Véu de Noiva, bem mais light contudo havia desafio sim…

Cachoeira está no fim deste mini-cânion, chegamos nadando

Subir em árvore, se equilibrar, subidinha e tudo valeu para chegar no último Véu, sem ninguém, somente nosso grupo. O título do Artigo é: Chapada Inexplorada, então … NINGUÉM OU QUASE NINGUÉM, os caminhos são longos ou pelo menos escondidinhos e tá aí o segredo.

Poços para banho só nossos.Tranquilos, em paz, só ouvindo os pássaros e muita conversa boa com o grupo.

Contato com a natureza linda e preservada. Turismo comunitário e apoio à economia local, Isso é Ibicoara. Isso dá certo. Turismo predatório é um desastre, só exploração e descaracterização da cultura local, tô fugindo disso.

Encontramos 2 cobras cipó, eu morro de medo, o guia fotografou, fez selfie e mostrou com segurança ao grupo. Eu nem chego perto, tenho um asco. Mas é um bom sinal vê-la ali quietinha (não é venenosa), isso significa que a natureza tá equilibrada, ecossistema equilibrado, em harmonia; a cobra pode tomar sol e banho numa boa e se não mexer com ela , ela não mexe com ninguém.

NÃO Vou colocar foto de cobra em meu site, não… povo da Chapada adora história de cobra, vídeo de cobra, meu avô, meu pai, tios e amigos, não tem 1 ano para essas histórias não se renovarem, multiplicarem e aperfeiçoarem. Tem curiosidades sobre serpentes … conversa com os nativos da chapada … tem salvação isso não …

Como acordamos mais tarde, cansados da Fumacinha, tomamos café mais tarde, combinamos almoço(separado) na Val mais tarde também, deu 15:00 quando chegamos da Véu de Noiva e aquela FEIJOADA espertíssima prontinha.

Eu e Dona Val – comunidade de Brejão

Caímos matando na delícia e quem disse que deu coragem para subir para a Cachoeira do Licuri? Seria o último passeio do nosso roteiro.

Mudanças acontecem e tudo bem, todo mundo concordou que o cansaço bateu e veio a prostração depois do feijão.

Pegamos nossas malas (vejam que check-out tarde), tudo ali é negociado com a dona, então é fácil.

Deixamos a Pousada da Val, banhados, arrumadinhos e seguimos para o Mirante do Campo Redondo. Mermão … que visual era aquele….

Eu fique extasiada. Que fim de tarde lindo, pôr-do-sol fantástico. Fotos sensacionais e aquela sensação boa de ter deixado apenas pegadas.

Paradinha estratégica na Coxinha de Jaca com maionese caseira de ricota com ervas… ui… ui … eu viajo para comer mesmo ….

Paisagem de uma Chapada Diamantina autêntica, conservada e preservada pelos seus moradores e amantes.

Dormimos novamente na casa alugada, jantar de Pizza no Terra Mater, por que se é bom a gente repete.

No quinto dia, Acordamos, arrumamos carro, padaria para tomar café e comprar CAFÉ. Cafés finos, orgânicos, sintrópicos e da agricultura familiar de Ibicoara são sensação. Não tem um tour do café organizado mas o guia pode te mostrar. Na padaria tinha uma prateleira cheinha e nós nos acabamos. Trouxe café das alturas da Colômbia e não ia comprar na minha Bahia???? nas alturas???? … oxe, meu esposo adora café.

Partiu Seabra com a vontade de voltar para fazer Buracão de Novo que foi delícia demais. Voltar para Conhecer a Cachoeira do Licuri e mais umas 2 diferentes. Visitar os restaurantes escondidos e pousadinhas na estrada. Parar de cantinho em cantinho, placa por placa.

DICAS DE VIAGENS

Quero fazer um artigo mais detalhado sobre o que levar na mala para Ibicoara. Vejam como gosto de escrever, kkkkkkk, então seguem apenas sugestões que foram úteis para mim, claro que cada perfil de viajante tem necessidades diferentes.

  • Levar poucas roupas e aquelas apropriadas para trilhas e caminhadas;
  • Levar mochila bem leve para andar nas trilhas;
  • Usar Bota ao invés de tênis;
  • Lanterna;
  • Contratar Guia, até mesmo antes, para planejar os dias em cada cachoeira;
  • Dormir na Comunidade para fazer as trilhas da Fumacinha e Véu de Noiva com mais tranquilidade;
  • Ir de carro facilita sua vida, mas tem agências que organizam passeios coletivos;
  • comer comidas regionais;
  • comprar café de Ibicoara e região, além de ser gostoso e sustentável é um ótimo presente para amigos;
  • Levar dinheiro, lá só tem Bradesco e nem todo local aceitará cartão ou a internet pode estar fraca;
  • Olhar o tempo , sempre e sempre, nos aplicativos e sites ;
  • Respeitar a natureza deixando lá apenas pegadas e boas lembranças;
  • No Nosso Instagram @juremacintra tem muitos destaques salvos

Eu falei no nosso Guia inúmeras vezes né, então deixa eu fazer um merchan gratuito, eu pago todas as minhas viagens, então quando gosto de um serviço é por que foi bom MESMO e a pessoa dele me cativou. Turismo Honesto, comunitário, o Roney e sua esposa Keu(guia também) entendem tudo de Ibicoara e de turismo sustentável. O Instagram dele que tem fotos lindas é : Roney_ecoturismo e o Zap Zap para você fechar a viagem dos sonhos é : 077-981493344

Roney ecoturismo- meljor guia de Ibicoara

Leia também: Bistrô da Onça – muito além do Vale do Capão

Caminhos da Chapada Diamantina

Mochilão pelo Sul da Bahia – dicas importantes

Bistrô da Onça – para além do Vale do Capão

Bistrô da Onça – para além do Vale do Capão

Tempos que não tinha uma experiência gastronômica tão intensa.

E foi muito especial, por que nasci em Seabra na Chapada Diamantina, região belíssima no Centro da Bahia, nem sempre fácil de chegar e que já falei aqui sobre os caminhos.

Paraíso de Cachoeiras, trilhas, montanhas e paisagens deslumbrantes. De um povo criativo e uma culinária riquíssima.

Visitando os familiares na semana Santa, meu adorado primo agendou um almoço no Bistrô da Onça. Disse que eu iria gostar muito, que estava viajando demais para o exterior e precisava redescobrir a Chapada. Em parte tinha razão, por que estamos desbravando terras estrangeiras , contudo me sinto cidadã no mundo, onde estas fronteiras não existem.

11 horas da manhã saímos de Seabra, rumo 38 km para Palmeiras, via BR 242. Quem já está no Vale do Capão precisará de carro ou transfer.

Meu primo ia me contando no caminho e eu ficava cada vez mais ansiosa. Conhecer um restaurante no meio do mato, numa serra, ele me alertou: – comida vegetariana viu? mas se come muito.

Eu adoro comida vegana e vegetariana, aliás adoramos comer, o que importa é está gostosa. Como ele já tinha ido com a esposa outras vezes foram rasgando elogios aos donos.

Quando chegamos em Palmeiras, cidade que adoro e tem a casa mais linda da Chapada(no meu modesto entendimento), seguimos a sinalização no sentido do Capão. Quando termina o calçamento terá uma placa, então vire à DIREITA :

Resultado de imagem para vale do capão guine placa

foto: seligachapada.com.br

São mais 08 km adentro de estrada de chão. Carros muito baixos podem ter dificuldade.

É aparentemente longe, meio do mato, mas vale cada minuto da jornada.

Começam as placas do Bistrô da Onça, tem muitas indicações, até chegar no estacionamento.  Nosite do restaurante tem tudo bem descrito, não tem dificuldade.

A chegada já é uma surpresa, pois tem de deixar o carro 250 metros antes e ir andando. Você conhecerá a Horta orgânica, sintrópica de onde vem praticamente tudo que é servido nas mesas. Curiosa que sou, entrei e vi tudo, os processos agroecológicos, identifiquei um montão de coisas legais, a cobertura vegetal com palha de arroz vermelho, a cerca verde de palma, o galinheiro, as plantas misturadas seguindo a lógica da sintropia. Nem conversei sobre isso com os proprietários, espero estar certa… encontrar restaurantes que pensem em sustentabilidade é sempre um prazer, já escrevemo sobre este tema.

Só com reserva via Zap ou Facebook por que são apenas 4 mesas, tudo muito exclusivo e preparado na hora.

Amando tudo, desde a entrada, a casa numa arquitetura que dialoga com a mata, com a natureza,  banheiro todo aberto com vista para a serra.

Adega com rótulos incríveis e baratos, em comparação à distância, 100, 120 reais e aceita cartão. Pois é, lá nomeio da serra, a internet e a tecnologia nos unindo a Carlos e Jeff. Os proprietários e chefs que fazem tudo ali mesmo numa cozinha aberta. Nem vou colocar tantas fotos que é para não estragar o momento.

Queria comer daquela forma todos os dias, quanto primor, beleza, bom gosto, sabor intenso e marcante. AMAMOS!! Toda vez que for em Seabra terei de reservar um dia lá. Você que vai pro Vale do Capão, é perto  e incrível, aluga um carro por 1 dia, contrata um transfer, ajusta horários, por que é um passeio imperdível para tarde toda. Chegamos por volta das 13:00 e só saímos 16:40. Aliás alugar um carro para visitar a Chapada é providencial por que te dá muito mais mobilidade  para percorrer a zona rural de diversas cidades.

Como foram os pratos:

  • Chá gelado à vontade
  • Entrada/aperitivos
  • Sopa 
  • Salada com folhas e flores colhidos na hora 
  • Prato principal com pão Chapati  
  • Sobremesa
  • Claro- um bom brinde com vinho Argentino para homenagear o Carlos, que saiu da Argentina e veio nos presentear com tamanho bom gosto.

Ainda estou com os sabores e aromas na mente, impregnados. O cardápio depende da estação, da sazonalidade, tudo ali respeita a natureza e o ciclo da vida. Imagina minha angústia em saber que cada vez que formos terá pratos diferentes, minha nossa !!! A memória gustativa é algo muito forte e intenso, a salada com mostarda negra crocante e molho de vinagre de abacaxi e mostarda artesanal, me marcou muito. Também a sopa de cenoura que conseguiu ser tão boa quanto a da Bar Sete Maravilhas no Porto que já contei aqui.

O banheiro é um espetáculo a parte, a casa, a vista, a visão panorâmica da serra da Guiné, entrada para o Vale do Pati. Tudo perfeito. Na porta vimos uma revista aberta, da Azul. Adoro revista de avião, a gente descobre muita coisa escondidinha e tinha uma reportagem belíssima sobre o Bistrô da Onça, que você pode acessar aqui.

Últimas informações, como os donos trabalham sozinhos é preciso verificar antes os dias de funcionamento, em março de 2018 quando estivemos lá só funcionava de quinta à domingo. Tem de reservar pelo Zap ou Facebook, ligue antes para não haver imprevistos. Aberto apenas para almoço. Valor fixo por pessoa é de 100 reais em 2018.(vale cada centavo, muita comida de excelente qualidade – gente COMI DEMAIS). Aceita cartão de débito ou crédito. Comida Vegetariana, mas acredite você nem sentirá falta da carne. Nada como tirar 1 dia e comer algo diferente e muito saudável. A Chapada Diamantina é muito grande e diversa. Vale do capão é muito mais que somente a Vila. A Guiné tem seus encantos de vilarejo pequeno e agora tem restaurante digno de qualquer capital. Aventure-se para além do básico e #botarodinhanospés

Leia também : Caminhos para Chapada Diamantina- rodovias pela Bahia

                           Restaurantes e Sustentabilidade

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                           Ilhéus- Giro Gastronômico

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Caminhos para Chapada Diamantina

Caminhos para Chapada Diamantina

Do Sul da Bahia ao Centro- os caminhos para Chapada Diamantina

Por Jurema Cintra Barreto

Advogada, amante de viagens e natural desta terra maravilhosa


 

Região pouco conhecida até mesmo para baianos, a Chapada Diamantina é um dos  paraíso da Bahia. São dezenas de municípios com belezas naturais e culturais incríveis.

Sou sertaneja de Seabra, uma cidade no centro geográfico da Bahia, amigos sempre me perguntam como ir até lá, qual melhor época do ano, como está a estrada. Parece muito longe mas não é tanto assim.

Então vamos as dicas de como fazer dois caminhos até Lençóis, cidade histórica famosa por suas cachoeiras,  pela preservação do patrimônio arquitetônico e pela extração de diamante.

ROTEIRO 1 – MAIS RÁPIDO

Partindo de Itabuna ou Ilhéus, o primeiro trecho é descer a BR 101 até a entrada para Ubatã.

Passaremos por Ubaitaba e Aurelino Leal, após 3 km, virar à esquerda na BR 330 que liga Ubatã á Jequié.

O trecho está um pouco esburacado, então atenção redobrada, além de ser muito sinuosa, com curvas e locais sem sinalização.

Em Jequié cuidado com o anel de contorno está totalmente deteriorado o asfalto e sem sinalização, de noite pode ser muito perigoso, mesmo demorando mais um pouco vá por dentro da cidade, para chegar a BR 116.

Na BR 116 desça no sentido Salvador,  o percurso tem muitos caminhões, mas a rodovia tem vários trechos duplicados, principalmente em subidas o que otimiza a viagem, por estar privatizada você passará por um Pedágio da VIA BAHIA, colocamos o aparelho do SEM PARAR para facilitar nossas viagens, pois também é aceito em todo o Brasil.

Como no Sul da Bahia não tem rodovia privatizada não tem postos de venda, mas no Posto Elite, é bem grande sinalizado logo você verá. Em dias de feriado o aparelho é muito útil.

Atenção em Milagres, depois de 2 km, logo após o Posto da Polícia Rodoviária Federal você irá virar à esquerda para a BA 046, trecho entre Milagres à Iaçu e Itaberaba. Tem um contorno, mas de noite pode não ficar tão visível. O asfalto está novo, rodovia bem sinalizada  mas muito vazia. 3km antes de Iaçu você poderá almoçar num sítio-restaurante muito bom, tem várias placas.

 

De Iaçu para Itaberaba é um trecho pequeno, mas estrada é um pouco antiga, cuidado com animais na pista e transeuntes.

Em Itaberaba siga a sinalização até a BR 242, siga no sentido Brasília, aí serão muitos trechos sinuosos e perigosos, respeite a sinalização e avisos de diminuição de velocidade. Não terão muitos postos de gasolina, já que a próxima cidade na BR será Seabra após 200 km praticamente, então encha o tanque, até mesmo por que Lençóis tem gasolina muito cara.

Após 140 km, verá as placas de sinalização e vire a esquerda par Lençóis, são 12 km da entrada da BR até a cidade, trecho sinuoso e sem acostamento.

Pronto, em 7 à 8 horas você chegará numa bela região a ser explorada. Muitos Hotéis e pousadas oferecem de luxo à simplicidade. De Lençóis você parte para diversos passeios em outros municípios e na Zona Rural, então guia é fundamental para algumas trilhas e caminhadas.

 

rota- itabuna- lençóis

ROTEIRO 2 – MAIS CIDADES

 

Acordar bem cedo e pé na estrada, este roteiro é mais longo, uma meia-volta na Bahia, mas as paisagens são de tirar o fôlego.

O primeiro trecho é igual até Jequié como narramos acima, mas ao entrar pela cidade siga direto (não vá pelo anel de contorno), no final do perímetro urbano você verá a BR 116, cruze e continue na BR 330, via Pé de Serra. Siga 174 km pela BA até Barra da Estiva atravessando a Serra do Sincorá.

Chegue até Barra da Estiva. Nesta pequena cidade você pode tirar fotos deslumbrantes no mirante do Morro da Torre de TV, se prepare para ver do alto boa parte da Chapada Diamantina. Restaurantes de comida caseira  e pequenas churrascarias são ideais para o almoço.

Siga 84 km, pela BA 142 até Mucugê. Verá logo um cemitério Bizantino com seus túmulos brancos em cima das pedras, bem diferente e de grande riqueza cultural para a região.

Continue na BA 142 no sentido Andaraí mas atenção que o trecho é bastante sinuoso.  Cerca de 18 km verá as placas para Igatu(virar à esquerda). É uma pequena vila, distrito de Andaraí que abriga belas cachoeiras, pousadas aconchegantes e culinária regional. Provar o cortado de palma e o Godó(ensopado de banana dágua verde- calma é prato salgado) é obrigatório.  O trecho da BA até a vila é todo de pedra por onde escoava a produção de diamantes, esta vila que parece ter parado na década de 30 tem ótimos restaurantes e com clima agradável, um vinho de noite é pedida certa. Não esqueça de reservar Pousada com antecedência, o local é bem pequeno e  tem poucos leitos. Pequena de tamanho, mas imenso de riquezas, de manhã vale o passeio em cachoeiras e na grutas dos diamantes de Igatu.

Almoce e siga seu caminho de volta pela estrada de pedras até Andaraí, daí serão mais 100 km até seu destino final.

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Primeiro continue pela BA 142, até encontrar a BR 242, siga pela esquerda; siga mais 35 km na BR até ver as placas de Lençóis, vire à esquerda e cuidado por o trevo é meio complicado, serão mais 12 km de trecho sinuoso e sem acostamento, redobre a atenção.

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